Em Assembleia Geral Unificada realizada nesta quinta-feira, 3, os servidores públicos estaduais decidiram suspender a greve iniciada na segunda-feira, dia 31 de março. Essa decisão foi tomada por causa da liminar expedida pelo Tribunal de Justiça (TJ), que acatou a solicitação do Governo do Estado para que o movimento grevista chegue ao fim.
O Governo alega que a manutenção de 30% de funcionários públicos não é suficiente para atender as demandas da população. Depois da Assembleia os servidores caminharam rumo ao Ministério Público, onde protocolaram um documento pedindo a anulação da decisão do TJ. Os funcionários públicos estaduais voltam ao trabalho ainda hoje.
Segundo o assessor jurídico do Sindipúblicos Célio Alexandre Picorelli, o TJ não levou em consideração o fato de que, de acordo com a legislação, o Governo do Estado deveria informar ao Sindicato a quantidade necessária de servidores para atender a demanda da população, e não passar por cima do direito de greve. “O desembargador deu 48h para o Sindicato se manifestar sobre a decisão, se após a manifestação ele mantiver a decisão, recorreremos ao pleno do TJ e ao Supremo Tribunal Federal”, afirma o advogado.
“Durante muito tempo procuramos o diálogo. A greve foi nosso último recurso. Mas não vamos desanimar. A luta está apenas começando. Essa liminar deixa claro que a Casagrande termina seu governo da mesma forma que começou, ou seja, recriminando os movimentos sociais”, diz o presidente da Associação dos Servidores do Incaper (Assin), Adolfo Brás Sunderhus.
O fim da greve não significa o fim das lutas, de acordo com o diretor do Sindipúblicos Haylson de Oliveira. “A greve é um dos instrumentos de luta. Portanto, mesmo retornando ao trabalho nós continuaremos mobilizados em atividades como as assembleias. Essa liminar deixa claro porque o servidor do judiciário tem um ticket de R$ 1600,00. Trata-se de uma moeda de troca. Quando o servidor do executivo grita, protesta, os desembargadores jogam uma liminar para nos calar. A independência dos poderes está somente no papel”, diz.
Amanhã , dia 4 de abril, entidades parceiras do Sindipúblicos realizarão um protesto às 10h, na Praça do Papa contra o cerceamento do direito de greve e de livre manifestação. Todos servidores estão convocados para participar. Os funcionários públicos aprovaram a realização de uma assembleia na próxima quinta-feira, 10. O comando de greve se reunirá hoje a tarde para definir local e horário
