Está marcada para a próxima quinta-feira, 27, a Assembleia Geral Unificada do Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Estado do Espírito Santo (Sindipúblicos). A atividade será realizada a partir das 9h30, no auditório do Alice Vitória Hotel. Todo o funcionalismo público estadual, inclusive servidores e servidoras do Incaper, estão convocados para participar.
As pautas a serem discutidas e deliberadas são avaliação da posição do Governo do Estado em relação às reivindicações unificadas das categorias, o exercício do direito de greve, além de assuntos gerais. “É preciso que os servidores e servidoras do Incaper compareçam para que, junto aos demais servidores do funcionalismo público estadual, possamos fortalecer a nossa luta por melhores condições de trabalho e por um serviço público de qualidade. Se na assembleia for deliberada a greve, com certeza apoiaremos a iniciativa”, diz o presidente da Associação dos Servidores do Incaper (Assin), Adolfo Bras Sunderhus.
A Assembleia Geral Unificada foi marcada após as respostas negativas e nenhuma concessão do Governo Casagrande às reivindicações da categoria, durante uma reunião entre representantes do Governo do Estado e do Sindipúblicos. Na ocasião o secretário de gestão e recursos humanos Pablo Rodnitzky, disse aos trabalhadores: “é preciso ter fé”. “A falta de respeito do Governo com os servidores e o Sindicato nessa reunião foi descomunal, colocaram um secretário sem autonomia e sem respostas objetivas às reivindicações dos servidores, um dublê de interlocutor. Não bastasse isso, soltou a máxima de que a solução para os servidores e a sociedade é ter fé. Precisamos de um governo sério e técnico, não de líderes religiosos debochados” desabafa Haylson de Oliveira, diretor do Sindipúblicos.
“Após essa reunião, ficou claro que não teremos conquista se não formos à luta. Agora é com a categoria, que precisa realmente estar presente. Vamos seguir todos os trâmites legais e contamos com a força da categoria.” comenta Gerson Correia de Jesus, presidente do Sindipúblicos. Segundo o secretário, a justificativa é que a máquina pública não comporta nenhuma das concessões devido à oneração da receita do Estado. Quanto a insalubridade, Pablo reforça que o Governo já concedeu à Saúde. Questionado sobre quando atenderia aos demais servidores, não soube informar. O auxílio-alimentação, ele concorda que existe um disparate quanto ao valor pago a outros servidores, mas entende que é um direito dessas outras categorias, pois possuem autonomia. Sobre as perdas salariais e fixação de data base, a justificativa foi “o governo federal não concede reposição anual e nem possui data base”; sobre o auxílio-creche, também disse não ter nenhum posicionamento.
Paralisação 24h
Na quarta-feira, 19, o funcionalismo público estadual realizou uma paralisação 24h. No Incaper não foi diferente. Servidoras e servidores da autarquia não foram aos locais de trabalho, mas compareceram em massa à manifestação realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Estado do Espírito Santo (Sindipúblicos), em frente ao Palácio da Fonte Grande, no Centro de Vitória.
O protesto teve como objetivo aumentar a pressão para que o Governo do Estado atenda as reivindicações dos trabalhadores, que são regulamentação do adicional de insalubridade, regulamentação do auxílio creche, política de gestão de pessoas que contemple as demandas dos servidores, reposição da inflação, fixação da database num mês específico, auxílio alimentação para os servidores que recebem por subsídio e reajuste desse benefício pelo Índice geral de Preços de Mercado (IGPM), o que corresponde a R$ 705,00.
Segundo o presidente do Sindipúblicos, Gerson Correa de Jesus, servidoras e servidores estão cansados de tanta falta de respeito por parte do Governo do Estado. “Exigimos respeito. Nossos salários estão corrompidos e corroídos desde 2003. Temos mais de 65% de perdas salariais. Também exigimos respeito com quem utiliza os serviços públicos. Nossos impostos têm que ser aplicados no serviço público, investindo em sua qualidade”, diz Gerson.
O presidente da Associação dos Servidores do Incaper (Assin), Adolfo Bras Sunderhus, destaca que, por diversas vezes, funcionárias e funcionários públicos tentaram dialogar com o Governo do Estado, mas sequer foram recebidos. “Desde o final do ano passado Renato Casagrande recebe líderes de partidos para fazer conchavos políticos pensando em sua reeleição, mas não recebe o funcionalismo público estadual. Logo que toou posse o governador apresentou o mapa de estratégia política de sua administração e destacou a importância de investir no serviço público. Mas ele não fez isso e ‘rasgou’ o mapa estratégico”, afirma Adolfo.
Não foram somente servidoras e servidores do Incaper na Grande Vitória que compareceram à manifestação. Viemos vans e ônibus dos núcleos regionais no interior do Estado. “procuro sempre participar das manifestações e das demais atividades apoiadas pela Assin para pressionar o Governo do Estado e conseguirmos efetivar nossos direitos”, explica a assistente de suporte da Fazenda de Marilândia, Eliane Marconsin Ferreira.