Este governo, quando do início do seu mandato, lançou o Plano de Governo 2011-2014 projetando o “Estado para uma Visão de Futuro”, traçando uma linha de gestão mais comprometida com todos os cidadãos, por um Estado Próspero e Presente para todos.
As premissas elencadas e assumidas foram desrespeitadas e rasgadas pelo próprio governo, ficando os princípios da democracia sufocados pelos atos de violência praticados pelo governo nas ruas, haja vista aqueles frente aos atos de cidadania dos jovens e outros setores da sociedade quando da busca de seus direitos. A gestão transparente foi fortemente ofuscada com dados conflituosos que põem em dúvida a segurança pública do Estado frente ao número crescente de violência contra menores e mulheres, dentre outros, como a educação, a saúde. A responsabilidade fiscal mantém o rumo vicioso das outras gestões fortalecendo os privilégios das isenções fiscais – renúncias, a um pequeno grupo econômico, mas poderoso e atento aos interesses coorporativos, pessoais e de natureza política, mais uma vez revelando o flagrante desrespeito a sociedade capixaba.
Este preâmbulo se faz necessário para entendermos o porquê nós, servidores e servidoras públicos do Estado, temos externado nosso descontentamento e nossa indignação frente aos atos deste governo contra homens em mulheres que querem somente ser respeitados em seus direitos para que possam exercer sua responsabilidade pública como servidores. A de se convir, um direito mínimo, a ser prestado por um governo que se diz de uma visão democrática e socialista.
Nossa indignação torna-se mais forte e ganha cada vez mais corpo, no conjunto de servidores e servidoras públicos do Estado, frente à inconsequente fala de um secretário de Estado sem o mínimo preparo político, em tratar com este segmento social, quando diz que é necessário que os servidores “tenham fé” e agora por último faz a máxima fala de que “somos ingratos ao governo”. Um completo desrespeito social e humano.
Considerando que o ato de ter fé se dá por duas vertentes sendo a da “boa fé que trata da forma de agir honestamente sem quebrar um compromisso” e a da “má fé que trata da forma intencional para prejudicar terceiros”. Não queremos acreditar que este governo se estabeleça com a visão na segunda definição – intencionalmente, mas também nos assusta da mesma forma, que o mesmo governo tenha atitudes distanciando-se do agir sem quebrar o compromisso estabelecido com a sociedade e para com os servidores públicos.
Outro fato, que nos assusta da mesma forma, é o de um governo se expressar aos servidores chamando a sua atenção quanto a sua “ingratidão” talvez por não saber o significado deste adjetivo que é o de “não estar agradecido pelos favores que lhe são oferecidos”. Ora um governo de tal forma também não pode se estabelecer a esperar gratidão, pois os serviços públicos e os servidores públicos, não são de um governo e sim de um Estado e, por esta razão da sociedade, sendo tal afirmação no mínimo inadequada e inoportuna.
Diante de tantas inconsistências de gestão pública, fica evidente que a interlocução do atual governo junto aos servidores e servidoras está muito aquém da sua pertinência e responsabilidade pública e por não se fazer presente há uma reflexão crítica mais abrangente questionadora e autônoma na busca de diferentes analises para um mesmo fato, o desrespeito aos direitos legítimos dos servidores e servidoras publicas, pois nós jamais aceitaremos os comportamentos diferenciados que são adotados por este governo.
Desta forma, diante da insensibilidade, do descompromisso e da falta de dialogo do governo do Estado o funcionalismo público estadual não tem alternativa, a não ser aquela de usar a greve como o ultimo ato possível e permitido aqueles que não são ouvidos.