Somos servidores, e estamos aqui para servir. Servir ao outro, servir ao Estado, servir ao povo, servir ao coletivo.
E para servir passamos por uma preparação, por horas a fio, sentados numa cadeira, diante de uma mesa repleta de livros, cadernos e apostilas, durante meses, quiçá anos. E após essa via crucis, fizemos provas que comprovaram nossa capacidade de servir, onde leis, procedimentos e conhecimentos diversos e específicos nos foram exigidos para chegarmos aonde chegamos.
Quando tomamos posse nas instituições às quais nos propomos a servir, somos encaminhados a departamentos onde todo nosso conhecimento deve estar ao dispor do serviço público, para exercemos nossas funções com LEGALIDADE (todas as ações devem estar baseadas e amparadas na lei), IMPESSOALIDADE (onde todos devem ser tratados por igual), MORALIDADE (ética e honestidade nos nossos atos), PUBLICIDADE (todos os nossos atos devem ser publicados) e EFICIÊNCIA (presteza, racionalidade e perfeição, coerência nos nossos atos).
Independentemente de sermos de instituições da administração direta ou indireta, nos são exigidos, a cada anos, esses cinco princípios na execução das nossas funções através de comprovações, caso realizemos nossas funções de forma exemplar e perfeita, pois nossas chefias estão aí para nos avaliar. E não podemos deixar a peteca cair, pois notas baixas poderão nos levar a Processos Administrativos – PAD, que podem nos levar à exoneração.
Quando exonerados ou aposentados, levamos nosso salário juntamente com alguma proporcionalidade de décimo terceiro e abono férias, pois até o vale alimentação nos é cortado.
O vale transporte é descontado no contra cheque todo mês, não nos é dado como muitos pensam. Nosso plano de saúde, quando temos condições para isso, pagamos do próprio bolso, não nos beneficiam como muitos pensam.
Agora analisem vocês: “somos parasitas?” Ao nos chamarem de forma tão pejorativa nos transformam em inimigos públicos.
Estamos indignados, sim, pois desculpas não desfazem o mal que já está feito. Se as intenções não forem explicitadas num contexto, a opinião pública sobre a coisa pública, que abrange a leigos e não leigos, gera a contaminação de opiniões infundadas e indiscriminadas, demonizando os servidores.
Quando emitem este tipo de opinião não pensam no professor, servidor que ganha salário não condizente e injusto, para ensinar muitas crianças que perderam seus pais para o tráfico, crianças que têm em seus corações a esperança de mudança em suas vidas com os estudos – e com o risco de muitas vezes, nessa zona de guerra, esses mesmos professores perderem suas próprias vidas. Não pensam no servidor que, na região norte do país, atravessa em longos dias igarapés com barcos e canoas, estradas enlameadas e sem infraestrutura, tudo para atender a quem ele serve com excelência de serviço ou dentro das condições estruturais que lhe é imposta. Os profissionais da saúde, que sem condições atendem cidadãos de forma precária, tentando salvar vidas. Ou aqui, no Incaper, presente (fisicamente) em todos os municípios do Espírito Santo e na mesa da população, levando produtividade, qualidade de vida e segurança alimentar, enfrentando chuva e sol.
Nós somos servidores, sim! Servimos nosso Estado, nosso Município, nossa Nação. E com muito orgulho!
Maísa Costa
Diretora Executiva da Assin (Gestão 2020/2021)
