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No dia 06 de dezembro é celebrado o Dia da Extensão Rural no Brasil

Por 6 de dezembro de 2019Assuntos Gerais

A Assin conversou com o engenheiro agrônomo Adilon Vargas de Souza, extensionista aposentado do Incaper, sobre um pouco da história da Extensão Rural em nosso Estado. Afinal, dia 06 de dezembro é celebrado o Dia da Extensão Rural no Brasil, e o Incaper e seus servidores são responsáveis por muitos avanços, nessas últimas décadas, e por um trabalho de excelência, especialmente junto à agricultura familiar. Já são mais de 60 anos de Extensão Rural, no Espírito Santo.

Como nos conta Adilon, o serviço de Extensão Rural começou na década de 40, em Minas Gerais, com a fundação da Associação de Crédito e Assistência Rural (Acar-MG). A Acares, como era conhecida no Espírito Santo, funcionava como uma Sociedade Civil, sem fins lucrativos. “Começou em Minas Gerais e foi expandindo para outros Estados, até chegar ao Espírito Santo, em 16 de novembro de 1956”, lembra Souza.

A história

As atividades da Acares, em nosso Estado, começaram mesmo no ano seguinte, em 1957, já vinculada à Secretaria de Agricultura. A instituição era coordenada por uma junta administrativa, sendo o presidente o secretário de Estado de Agricultura.

Inicialmente a Acares começou a funcionar com cinco municípios, e com escritórios em todos eles. As atividades eram em Domingos Martins, em Cachoeiro de Itapemirim, em Alegre, em Santa Teresa e em Colatina. “Todos eles com um engenheiro agrônomo e um economista doméstico, além de um veículo que aguentasse o trabalho”, cita Adilon.

As ações desenvolvidas pela Associação eram diretamente com as famílias rurais, dando assistência à unidade rural como um todo, sendo que a prioridade era atender, desde o começo, os pequenos produtores. “Eram oferecidos serviços de assistência técnica, de extensão rural, e ainda se buscava viabilizar o crédito rural. Tudo feito via Acares”, comenta.

Entre os objetivos principais dos extensionistas, já naquela época, estavam a preocupação em sempre melhoras as condições de vida dos produtores rurais, seja por meio da elevação de produtividade, com o uso de tecnologias adequadas e de técnicas mais eficientes de produção; seja na adequação do produto e no melhor aproveitamento deste.

“Era uma busca por melhorar o bem-estar social e econômico, no meio rural, em especial das famílias agrícolas, incluindo ações que atendessem, também, a juventude rural”, aponta Souza.

Ele nos conta, ainda, que a Acares também já se preocupava com o meio ambiente, e que atuava sempre na valorização da pesquisa e do crédito rural, tanto que sempre defendeu o aperfeiçoamento desses serviços para atender aos produtores.

A instituição funcionou com o nome de Acares até o ano de 1975, quando foi transformada em Empresa Pública e recebeu o nome de Emater – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural. Sendo ainda vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, e atuando com recursos públicos estaduais e federais.

E foi mais ou menos em 2000 que, ao se fundirem as instituições de pesquisa e de extensão, surgiu o Emcaper, ainda como empresa pública, até poucos anos depois se chamar Incaper – Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural. “Sempre preocupada em levar melhorias e serviços aos produtores”, frisa.

A profissão

“O extensionista, junto com o economista doméstico, trabalha por unidade de produção, tendo como prioridade a pequena unidade familiar, com a agricultura familiar e os pequenos produtores, visto que eles representam 80% das unidades de produção do nosso Estado”, alerta Adilon Vargas de Souza.

Como ele explica, entre as funções do extensionista estão a melhora no processo de produção, sempre buscando a qualidade, com a ajuda de tecnologia adequada e informação precisa para todas as etapas (plantio, colheita e comercialização); o uso de variedades mais produtivas, além de técnicas de correção na fertilização e no manejo do plantio; a busca pela durabilidade e pela qualidade do produto, em todas suas etapas, evidenciando as técnicas e as estratégicas; e a diversificação de produção, incluindo a diversificação na comercialização dos produtos; entre outros.

A Extensão Rural também ajuda os produtores em sua organização profissional, enquanto sociedade, associação ou cooperativa, para que unidos possam conseguir volume e ampliação de mercado. “Quem sabe até para exportação”, como lembra Adilon. Contribui, também, até na diversificação e na industrialização do produto, buscando novos mercados e valorizando as técnicas agrícolas e artesanais do campo. “Tanto que, hoje, temos um riquíssimo turismo rural, em nosso Estado. Somos referência”, celebra.

O extensionista também atua, diretamente, na busca pelo bem-estar físico dos produtores e suas famílias, auxiliando nas condições de saúde e de alimentação, de nutrição e de higiene.

Os desafios

Antigamente, segundo Adilon, os desafios eram de comunicação e deslocamento, principalmente. “Era levado conhecimento, informação e tecnologia até o produtor que não tinha condições de receber esse conteúdo. Até porque, naquela época, os canais de comunicação ainda eram muito precários, incluindo os acessos pelas estradas e rodovias. Era uma situação completamente diferente a de hoje, e a Extensão Rural acabou crescendo junto com esses espaços”, alerta.

Para Adilon, hoje os desafios são ainda maiores. O técnico precisa estar muito mais preparado para atender as demandas do produtor, porque o produtor também está mais bem informado. “Por isso que é fundamental manter um quadro de profissionais capacitados, atualizados e com equipamentos que permitam as melhores condições possíveis de trabalho”, defende Souza.

Segundo ele, essa estrutura de apoio, tanto de veículo quanto de tecnologia à mão, faz toda a diferença no atendimento e no auxílio ao pequeno produtor. “Cabe ao Incaper, extensionistas e pesquisadores, estarem preparados para essas mudanças tecnológicas e acompanhar, de perto, os avanços que permitirão que a agricultura familiar também cresça”, reforça.

Além disso, ele acredita que para se alcançar um atendimento de excelência é preciso ter extensionistas empenhados e dispostos a se dedicarem por mais tempo ao serviço.

“Só com um concurso público que supra a carência atual de atendimento do Incaper e com um plano de cargos e salários que valorize esses servidores conseguiremos manter uma ação efetiva e de qualidade dos extensionistas. Assim teremos uma assistência técnica pública, gratuita e com prioridade à assistência familiar”, defende Adilon.

 

Join the discussion Um Comentário

  • Maria Isabel Frade disse:

    Parabéns Dr. Adilon!
    Parabéns ASSIN! !!
    Muito feliz com a ação da ASSIN e orgulhosa do “VERDADEIRO” depoimento do nosso querido e eterno DIRETOR DO INCAPER (na época da EMATER), Dr. Adilon!!!!!

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