Mês da Mulher: força e luta por igualdade de direitos

A ASSIN convidou duas colegas para falarem sobre a importância do Dia Internacional da Mulher, celebrado sempre no dia 08 de Março. Aqui, fizemos duas perguntas para elas: (1) Por que o Dia Internacional da Mulher é importante para você? e (2) O que você mais destaca da força da mulher, e como essa força é capaz de melhorar nossa sociedade?

Essas questões foram apresentadas para Alessandra Maria da Silva e Rita Zanúncio. A Alessandra é agente de Extensão em Desenvolvimento Rural, no Incaper, e tem direcionado seu trabalho para o processo de desenvolvimento da consciência de gênero e do empoderamento das mulheres rurais e da pesca. Já Rita, aposentada desde 2015, trabalhava também como agente de Extensão em Desenvolvimento Rural, no escritório local de Venda Nova do Imigrante.

Ficou curioso/a para saber as respostas às perguntas? Confira logo abaixo!

Por que o Dia Internacional da Mulher é importante para você?

Alessandra – O dia internacional das mulheres é um dia simbólico que representa a luta e a conquista das mulheres pela igualdade de direitos e pelo respeito, no decorrer da história. É, portanto, um dia de reflexão e de concentração das ações e manifestações de continuidade dessa luta. A escolha de um dia, o dia 8 de março, é importante, justamente, para que não caia em esquecimento toda essa trajetória e para que traga a visibilidade para essa pauta de igualdade de gênero.

Rita – Um exemplo sempre citado é a conquista do direito de votar. Na nossa atividade no Incaper, existem muitos exemplos, um deles é o direito da mulher ter a DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf) em seu nome; o direito de ter o bloco de produtora rural em seu nome. É interessante esclarecer que, geralmente, a DAP e o bloco de notas eram em nome do marido, e quem representava as mulheres solteiras era o irmão mais velho. Essas conquistas foram bem recentes. Quando relembramos a própria História da ATER temos relatos de mulheres, que trabalhavam nesse ramo, de não poder casar, nem sequer dirigir os carros da instituição. Por isso, esse dia é para lembrar que muitos preconceitos e situações de opressão e de violência, muitas vezes velados, ainda precisam acabar. E por isso a luta tem que continuar.

O que você mais destaca da força da mulher? Como essa força é capaz de melhorar nossa sociedade?

Alessandra – A mulher é perseverante e solidária. Ela encontra forças para enfrentar a desigualdade e ainda para cuidar dos seus e de outros. É essa força que tem mantido nossa sociedade ainda de pé e menos bárbara. No entanto, temos que tomar os devidos cuidados para não romantizarmos os sofrimentos diários que as mulheres enfrentam, considerando isso como um exemplo a ser seguido. O que devemos é lutar para que essa desigualdade seja extinta, para que as mulheres não sofram violência de gênero, para que todas as mulheres tenham seus direitos garantidos e para que haja divisão justa do trabalho doméstico. Aí sim, a nossa sociedade será melhor e mais justa! Apoiemos o movimento feminista!

Rita – A maior força da mulher é a sua garra de enfrentar a vida, equilibrando a vida pessoal, sendo a responsável direta pela maternidade, pela continuidade das gerações, com a realização da vida profissional. Essa luta das mulheres por uma sociedade mais igualitária é o que pode ser libertador pra toda a sociedade. Nós mulheres já conquistamos direitos, já rompemos muitos preconceitos e rótulos e muito ainda está por se concretizar.

Em se tratando de educação, por exemplo, avanços já acontecem, com homens compartilhando a criação dos filhos, mas ainda vemos que a maior parte dos responsáveis pelos filhos na escola são as mães, avós e tias, em reuniões, em dias de adaptação das crianças e em demais atividades escolares. Se vamos a uma unidade de saúde, essa realidade é a mesma. Na maioria das vezes, quem pede licença no trabalho para resolver situações para os filhos são as mulheres, que carregam em seu ombro essa responsabilidade.

Situação constrangedora são as piadinhas de mau gosto, brincadeiras com mensagens subliminares difamando a imagem da mulher, presencialmente ou nas redes sociais. Assédio físico e moral ainda fazem parte da vida cotidiana da mulher.

Quando uma mulher sai de casa com uma roupa mais decotada e acontece uma situação de violência, a sociedade ainda é capaz de punir essa mulher e deixar livre de culpa o próprio agressor. Maravilhoso será o dia que nós mulheres possamos usufruir o direito de ir e vir, como preconiza a Constituição que diz que todos e todas são iguais perante a lei!