Diferente do que tem se divulgado, que o Governo Casagrande irá reforçar a demanda pelo trabalho remoto, a Secretaria de Gestão e Recursos Humanos, coordenada pela secretária Lenise Loureiro, obrigou em torno de 4,9 mil servidores retornarem às atividades presenciais nesta primeira semana de agosto. Inclusive, os trabalhadores que estavam desenvolvendo atividades em casa.
O Sindipúblicos repudia a atitude do Governo e da Imprensa que tem divulgado reportagens destacando a ampliação do trabalho remoto pós pandemia, sendo que o ideal é a situação presente. Reportagens assim só confundem a população, colocando-a inclusive muitas vezes contrárias aos servidores.
Além de ignorar as recomendações das autoridades médicas internacionais que orientam o isolamento social, o decreto do Governo Casagrande se mostra contraditório ao defender o trabalho remoto sendo que obriga setores a retornem para demanda física. Ao estabelecer que 50% dos servidores retornem às atividades presenciais, ignora as especificidades de cada setor e dos próprios servidores, como os que estão com crianças em idade escolar, os que apresentam ou moram com pessoas com comorbidades e/ou com idosos, entre outros casos.
Além disso, cabe ressaltar que temos Minas Gerais e Bahia em risco extremo, estados que fazem divisa com o Espírito Santo. Como não somos uma ilha isolada, a tendência é refletir também no Espírito Santo, caso o Governo insista em não manter as restrições sanitárias, como ações que evitem circulação de pessoas na cidade, principalmente demandando transporte público.
Apesar dos números de casos apresentarem queda, com média de 555 novos casos por dia, apenas em cinco dias de agosto já são mais de 1,2 mil infectados e 55 óbitos. Com o vírus ainda circulando e conforme tem sido visto em outras localidades, o retorno das atividades presenciais afeta diretamente o aumento de novos casos e óbitos. Logo, a exigência do governo em colocar servidores no trabalho presencial, sem levar em conta as especificidades, mostra-se irresponsável colocando além dos próprios trabalhadores em risco, também toda sociedade ao aumentar ainda mais o fluxo de pessoas nas ruas.
O Sindipúblicos reforça sua defesa pela manutenção do trabalho remoto, e o retorno presencial apenas em atividades essenciais não capazes de desenvolvimento online. Destacamos ainda a necessidade do Estado garantir as condições de saúde e higiene no ambiente de trabalho.
Texto: Sindipúblicos-ES