Adolfo Brás Sunderhus*
O movimento político em defesa da Assistência Técnica da Extensão Rural, da Pesquisa Pública oficial estadual e da Agricultura Familiar são ações que fazem parte de minha vida. Pensar no fortalecimento dessas políticas públicas, por si só, é um ato político. Pensar em processos de transformação e inovação social tecnológica de mercado e uma ação política que permite micro revoluções para o desenvolvimento sustentado de todos e todas da roça e para cidade.
Conversar com agricultores e agricultoras, com os e as jovens rurais. Discutir e construir novas formas de produção, pensar na diversificação, se encantar e entender a importância da pluriatividade da multifuncionalidade na roça é, sem dúvida, uma ação política e, sobretudo transformadora.
Esta é minha caminhada: uma ação política. E como toda ação política nos traz aprendizado. Aprendi muito com a vida na roça e com o dia a dia da família rural. Com o amanhecer e com o sol se pondo junto com os verdadeiros protagonistas da agricultura familiar, no Espírito Santo, que em pequenas distâncias apresenta importantes ambientes produtivos e ricos ecossistemas.
Como definir a roça e o mundo rural no Espírito Santo? Com orgulho digo que se apresenta esculpido, talhado, pintado e bordado por mãos mágicas de mulheres e homens que moldam o destino desta gente de sua terra e de suas vidas, por trilhas onde estão presentes o trabalho diário da família, a riqueza da sua cultura, da sua experiência, do seu saber, do seu talento, da convivência de base familiar e comunitária, do seu espírito de solidariedade e de sua fé.
Vivendo um pouco mais esta riqueza, Ronald Mansur nos brinda com mais um conceito importante que, tenho certeza, inspira a todos e todas: “Temos de valorizar o trabalho e a competência da gente do campo, ligada à agricultura familiar, solidária e orgânica em toda a cadeia produtiva, evitando a cadeia da intermediação”.
Mas com minha formação política e o meu envolvimento com o movimento em defesa da ATER, da Pesquisa pública e da Agricultura Familiar, poderia dizer que “sinto-me com o dever cumprido” é pouco. Estarei presente diariamente em todo movimento político pela defesa e pelo fortalecimento da Agricultura Familiar e pela valorização da Extensão Rural e da Pesquisa pública e de seus (as) servidores (as), esteja onde estiver.
Minha origem não me deixa ir para longe ou para outro lugar. Este é o meu lugar, o meu assento. Vou estar sempre presente neste meio e nele olhar atentamente para a realidade que afeta essas políticas públicas; buscando, de todos e todas que dele participam, o comprometimento com a causa e com a sua solução.
Passei por sofrimento, renúncia e ameaça. Mas também vivi alegria, apoio e solidariedade. Estar e ser parte em um movimento social e político como na ASSIN – FASER – SINDIPÚBLICOS tem um forte significado: o de renascer a certeza de nunca estar ausente em meu compromisso pela defesa dessas políticas públicas.
E sou muito agradecido a todos e todas.
* Engenheiro agrônomo, operário da terra aprendendo com o saber dos (as) agricultores (as) familiares. Colecionador de suas práticas e experiências.