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Marielle: A sociedade está vigilante e presente!

Adolfo Bras Sunderhus, Coordenador Executivo da FASER, fala sobre o assassinato de Marielle Franco

Deixo meu profundo respeito a esta mulher e mãe. A sua vida e sua luta não será diluída por esta tormenta de ódio e rancor projetado por aqueles que não sabem o que é viver em sociedade.

Sunderhus; Adolfo Brás*

Estamos vivendo uma sociedade que se esqueceu do que realmente é uma sociedade e o valor das pessoas que nela vivem e convivem.  Durante essa semana todos tivemos acesso ao julgamento sumário por parte desta sociedade da vereadora assassinada no Rio de Janeiro numa demonstração clara daqueles e daquelas que não gostam e até odeiam quem luta pelo direito dos menos favorecidos, dos mais vulneráveis. Toda uma onda de mentiras foi insistentemente divulgada, alimentando uma rede de ódio.

Para além deste absurdo, soma-se o daqueles e daquelas que representam o poder judiciário. Desfilaram o seu ódio contra esta mulher e mãe, contra uma pessoa que soube pairar o seu olhar ao direito expresso pela constituição de todos e todas cidadãos e cidadãs. Só posso lamentar está atitude, que não poderia nunca vir de ninguém, muito menos de uma pessoa que representa um dos maiores níveis dentro do judiciário brasileiro, que em minha opinião própria, não é digna deste cargo e desta imagem pública.

Esta sua atitude demonstra o seu comportamento elitista, preconceituoso e sem respeito ao ser humano e, sobretudo a todas as mulheres. Mais lamentável ainda e que essa falta de respeito sequer foi rebatida e sequer sufocada pelas representações sociais da classe, pois esta ação pública não verifiquei.

A mulher e vereadora Marielle Franco executada covardemente na noite da última quarta-feira, por sua ação quase sozinha na prestação de auxílio, colocando sua voz a serviço de uma sociedade cada vez mais vulnerável, que sequer lhe permite o repouso eterno,  uma atitude leviana pelo uso do poder, chegando a hipocrisia. Certamente se chegar a ela está minha posição, pela sua violenta ação contra quem se insurge contra essas violências, poderá exercer mais uma vez sua violência  contra um cidadão , pois em sua mente doentia estou atacando sua honra e o seu poder.

Fica a pergunta: e o que será feito a estes e estas que violentam a todos nós, todos os dias pelo seu poder? O que me parece é que tal atitude se dá para alimentar o seu entendimento de que o povo deve ser humilhado e que somente a sua elite pode ter o amparo do Estado para “eles/elas” entendido como privilégios, restando ao povo a truculência e a violência deste mesmo Estado.

Mataram Marielle, mas não mataram o grito de milhares de Marielle. Apenas nos deram a oportunidade de revivermos Gandhi, Mandela, Madre Tereza de Calcutá entre tantos outros.

Essa violência, que covardemente ceifou a voz da sociedade, deixa toda sua força viva diante de um trabalho, de uma ação grandiosa que, apesar de silenciosa, se agiganta diante da necessidade de todos e todas lutarmos pela felicidade individual e coletiva.

Marielle vai viver uma nova vida espiritual, deixando uma forte esperança de que quando unimos nossas vozes e nossa ação, não seremos ignorados e nem vencidos, pois somos os reais protagonistas de nossa história.

Não seremos vencidos por aqueles e aquelas que desfilam um ódio secular contra os pobres, e semeiam deliberadamente a ignorância dos fatos, criando uma falsa realidade para manter o ódio a prepotência a vaidade e a soberba. Estamos e seremos vigilantes e fortes em nossa luta.

* Engenheiro agrônomo

Coordenador Executivo da FASER – Federação Nacional dos Trabalhadores da Assistência Técnica da Extensão Rural e do Setor Público Agrícola do Brasil

Diretor Financeiro da ASSIN – Associação dos Servidores do INCAPER

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