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Carrinho

Agricultura familiar e camponesa

Por 30 de janeiro de 2023Associados Assin, Assuntos Gerais
Uma importante economia feita pelas pessoas e para as pessoas

Paulo Cezar Vinha em sua luta dia a dia pela sustentabilidade ambiental no Espírito Santo nos deixou uma reflexão importante, que nos inspira para continuarmos a lutar: “Tudo na vida tem um preço. E tem certas coisas que dinheiro algum paga.”

Este sentimento e o que temos é o que vivemos ao lançar nosso olhar para a grandeza da agricultura familiar no estado. A recepção das pessoas da roça, mulheres e homens, vem com um valor importante que não podemos perder de vista o da solidariedade, que mantém a certeza de que somente através das pessoas e de suas relações podemos mudar atitudes e comportamentos, e por fim, construir uma nova sociedade.

Alguns dizem que o agricultor (a) familiar não tem ciência. Eu digo que nada substitui, sem desmerecer ou negar a ciência, que a economia clássica do “lucro pelo lucro”, não substitui a dinâmica familiar e suas relações sociais de produção de mercado e ambientais, de natureza circular e solidária, onde a economia faz parte de processos integrados capaz de promover um novo modo de vida entre e para todos e todas que dele fazem parte, com respeito aos ambientes e aos ecossistemas naturais que geram recursos a longo prazo.

Por isso a agricultura familiar e camponesa no estado reage e se reinventa diante deste conceito e promove uma nova estratégia que reorganizar o sistema de relações entre as pessoas, de produção, da economia local e se responsabiliza com o consumo interno de alimentos que chega à mesa de todos e todas da roça e da cidade, todos os dias, chova ou faça sol.

Esta agricultura inteligente fomenta e exige de todos e todas que dela participam atividades local e territorial, valorizando as pessoas o seu saber e conhecimento. Mas também requer igualdade, equidade, responsabilidade social, respeito e compromisso com todas as instituições locais e territoriais, públicas e ou privadas, que ofertam incentivos e valores, ditados por políticas públicas estruturantes e convergentes com o dia a dia de todos e todas que vivem e fazem da roça o seu lugar de pertencimento e identidade, a partir da leitura de modelos de produção mais comprometidos com a responsabilidade e sustentabilidade ambiental local e territorial e se estabelece pela circulação consciente destes conceitos, valores e dos bens gerados.

Basta algumas horas de bate papo, que podemos reconhecer que o agricultor (a) familiar do estado apresenta especial riqueza sobre diversos assuntos ligados ao nosso comum: a produção de alimentos, ao turismo, a agroindústria familiar, aos processos de comercialização e mercados, a sua responsável relação com o diversificado ecossistema local e territorial e da mesma forma com a diversidade, a pluralidade e a multifuncionalidade em que se situa a agricultura familiar e crava-se neste momento a busca por outras oportunidades, mantendo o sentimento verdadeiro de que não existe agricultura familiar e camponesa sem a participação da sociedade.

Espero que esta reflexão, que escrevo de forma simples, possa impactar positivamente o pensar e agir de cada uma (a), pois não podemos imaginar a agricultura familiar e camponesa sem que seja levada em consideração como reais protagonistas deste processo os agricultores e agricultoras familiares e os consumidores e consumidoras, intimamente relacionados e interdependentes, pois o ambiente da roça das pessoas da cidade são muito, muito maiores que que o lucro pelo lucro.

A agricultura familiar e camponesa do estado tem a capacidade de potencializar relacionamentos pessoais, promover e valorizar uma economia mais justa, equitativa e solidária, respeitando o seu conceito de movimento social e econômico, alinhado a outro importante movimento que é o de poder contribuir para com a felicidade e a qualidade de vida de todos e todas que dele participam.

Sunderhus, Adolfo Brás
Extensionista Rural aposentado do INCAPER
Operário da Terra.
Por um lugar mais justo e solidário para todos e todas, da roça e da cidade.

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