Cacau, fruto originário da Amazônia, apreciado por todos e todas, um alimento sagrado e, podemos dizer, que tem como sinônimo bem estar.
É um alimento rico em antioxidantes, vitaminas e minerais. E também é o desbravador do hormônio da felicidade. Ao comermos cacau nos aproximamos, ainda mais, dos recursos naturais do Brasil e do Espírito Santo. E, desta forma, os produtos derivados do cacau merecem sim fazer parte de nossa vida diária, içando nossa qualidade de vida com sabor e felicidade.
Mas esta atividade social, produtiva, econômica e ambiental sofreu com a doença conhecida como “vassoura de bruxa”, um fungo que quase dizimou as lavouras no Espírito Santo no início dos anos 2000. Neste período, muitos/as produtores/as venderam suas propriedades. Houve abandono de lavouras, e aos que enfrentaram o desafio ficou o propósito forte do recomeço.
Mais uma vez a coragem, a perseverança, a resiliência e a crença dos/as agricultores/as mostraram que é possível se reinventar, e com apoio da ATER e da Pesquisa Pública os números voltaram a crescer e a se sustentar, por meio de ações que buscam recuperar os níveis de produção e de produtividade das lavouras, a médio e a longo prazos.
Ações como colheita no tempo certo de maturação, seleção de frutos sadios dos doentes, processo de fermentação com controle de temperatura adequada, secagem a pleno sol e armazenamento adequado, utilização de técnicas sustentáveis de produção, a implantação de pagamento por serviços ambientais, a utilização de variedades resistentes a VB, com o plantio de mudas de qualidade e a capacitação de agricultores (as) contribuíram para a recuperação e a sustentabilidade social, econômica e ambiental da atividade.
Hoje, o cacau é um fruto que vem conquistando cada vez mais agricultores/as e consumidores/as no Espírito Santo. Neste dia 26 de março comemoramos o Dia do Cacau, que tem para além da sustentabilidade econômica, um momento em que podemos comemorar a força e a vontade da mulher e do homem da roça em superar adversidades e de fortalecer sua identidade e pertencimento a sua origem. E nós da ATER e da Pesquisa Pública do Incaper nos sentimos gratificados em sermos um dos protagonistas dessa história.
E isto pode ser expresso na fala do extensionista Lucas Calazans, que explica os motivos do porque a cultura do cacau vir crescendo no Estado. “A amêndoa capixaba possui qualidade reconhecida nacional e internacionalmente. Além disso, o preço do cacau é bastante atrativo, fazendo a cultura cair cada vez mais no gosto do produtor”, explica.
Produzido a mais de 100 anos no município de Linhares, principal município produtor capixaba, o cacau desponta não somente em área plantada como também em qualidade das amêndoas, reconhecida em 2013 como uma das 50 melhores amêndoas do mundo e, em 2017, ficando entre as 18. Nos últimos anos ainda foi reconhecida como a melhor amêndoa do Brasil.
Segundo dados do Incaper, baseados em números preliminares do IBGE, em 2019, a produção foi de cerca de 8.200 toneladas. O que faz do Espírito Santo o terceiro colocado no ranking nacional. São aproximadamente 13,5 milhões de pés da fruta, cultivados em uma área de 15 mil hectares, a maior parte localizada na região do Baixo Rio Doce, conhecido como “Cacau de Cabruca”.
Presente em 50 municípios do Estado, o cultivo do cacau tem conquistado cada vez mais o espaço nas propriedades do agricultor capixaba. Esse crescimento é devido ao aumento da produtividade pelo uso de tecnologias desenvolvidas por diversas Instituições do Brasil, e a difusão dessas tecnologias por meio dos atores do rural capixaba, dentre eles o Incaper.
E a caucauicultura tem um grande lastro na diversificação de renda para a unidade familiar. São inúmeros os produtos que podem ser comercializados, desde polpa, mel de cacau, vinagre, doces, a casca, nibs, entre outros. Isso sem contar o fabuloso chocolate, o qual é responsável pelo surgimento de 25 fábricas no Estado: sua maioria composta por agricultores familiares.
Para celebrar o Dia do Cacau, separamos algumas curiosidades sobre ele. Confira nas imagens logo abaixo!
