Diretoria Executiva
Para fazer qualquer hipótese sobre o chamamento da ministra Tereza Cristina, precisamos, antes, relembrar algumas falas dela. Então vejamos:
Imediatamente, no cargo, ela foi alcunhada de “musa do veneno”, ao afirmar que a medida das liberações dos venenos na verdade trata-se de uma medida para liberar os “remédios para as plantas”.
Afirmou que “brasileiros não passam fome devido à existência de mangueiras nas cidades”. Nesta fala a “digna ministra” afirma: “agricultura para países que tiveram guerra, que passaram fome, e questão de segurança nacional. Nós nunca tivemos guerra, nós não passamos muita fome, porque temos manga nas nossas cidades, nós temos um clima tropical. Nós temos miséria, e precisamos tirar o povo da miséria”.
O atual governo caminha a largos passos no fortalecimento de ações individualistas e está ganhando daqueles (as) que caminham no sentido da coletividade. Entendendo que pensar e agir coletivamente são a melhor forma de construirmos um ambiente mais humanizado e equilibrado, há necessidade de formar com urgência pessoas comprometidas com as causas coletivas.
Por isso não podemos simplesmente nos sentir impactados pela violência das propostas, vindas do governo federal, sem justificativas, ou, pior, absurdamente e porcamente justificadas, como esta da ATER Digital, que leva a perda dos valores coletivos, a perda da autoestima, da identidade e da credibilidade das instituições e das políticas públicas para ATER.
A Extensão Rural tem em seus princípios um valor inestimável e inquestionável, quer seja a sua natureza indivisível. As armas escolhidas e defendidas para fazer as ofensivas necessárias ao enfrentamento dos diversos desafios são o talento, o saber, a capacidade crítica, a determinação, a coragem, a ousadia, a crença e a fé de todos (as) da Extensão Rural, pois o que se busca em sua unidade é o bem comum e a felicidade da natureza humana, democrática e participativa para os povos da terra, da floresta e das águas. Este é o elo fundamental para encontramos a causa e usarmos o tratamento certo para a solução dos problemas que emergem, dure o tempo que for necessário, não devendo ser poupado em qualquer hipótese.
E isso não se faz de forma digital. Podemos, sim, até levar informações técnicas, mas como a agricultura trata o elemento vida, o olhar atento e crítico do Extensionista, junto com o agricultor (a) e de sua família, representa o sucesso para sustentabilidade da unidade de produção familiar. A Extensão Rural pode até não ter todas as respostas, mas é única em exercitar a humildade de se dispor e se comprometer a começar um novo momento, com um novo olhar, afirmação esta que dispensa e descarta a necessidade de adotar atitudes impulsivas e extremistas de diagnoses e receitas prontas.
A Extensão Rural de forma presencial, discutindo e construindo paradigmas, e capaz de mudar hábitos e atitudes é o que parece ser o fim, certamente, e o (re) começo.
A ATER Digital certamente estará investindo em melhorias genéticas, espécies mais produtivas, maior uso de tecnologias de preparo de solo, aplicação de insumos e agressivos químicos, da exploração do solo e da água. É isto que queremos? Se assim for, este é o caminho. O caminho está posto. Nossa reflexão crítica a esse “novo modelo” é objetiva e não deixa dúvida alguma sobre o caminho a ser seguido. Por isso somos ASSIN!