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A importância dos assentamentos na produção agrícola do Espírito Santo

Por 29 de novembro de 2019Assuntos Gerais

Dia 30 de novembro, o Estatuto da Terra completa 55 anos de criação. Nessas décadas, ainda avançamos pouco sobre a distribuição da terra, no país, em especial sobre a reforma agrária. Ainda há muito a crescer, em especial nas políticas públicas que colaborem com os assentamentos e priorizem a organização e legalização das atividades desenvolvidas pelas famílias assentadas.

O agente de Extensão e Desenvolvimento Rural, Dirceu Godinho Antunes, conhecido como Lêla, atua diretamente com as famílias que estão assentadas na região Sul do Espírito Santo, mais especificamente entre os municípios de Itapemirim e Cachoeiro de Itapemirim. Lêla, que é administrador rural e tem especialização em agroecologia, já desenvolve essas atividades especialmente com o assentamento Nova Safra.

“O escritório do Incaper, em Cachoeiro de Itapemirim, faz o trabalho direto com o município, realizando atividades com algumas famílias que vivem no assentamento”, resume ele.

Como ele mesmo explica, todo assentamento carece de ações e serviços do Estado. E, devido aos seus compromissos pelo desenvolvimento da agricultura do Espírito Santo, o Incaper acaba assumindo esse papel de conexão do poder público com as famílias assentadas, trabalhando principalmente com a dinâmica da agricultura familiar, na área da agroecologia.

“A rede agroecologia de Cachoeiro é uma conexão com várias associações de agricultores e agricultoras, de famílias, em especial de quilombolas e de assentados. Levamos a agroecologia para a sociedade com a agricultura familiar através de eventos, de comercialização de produtos, de encontros com jovens e com mulheres”, cita Lêla.

Os debates sempre abordam assuntos atuais e de interesse dessas famílias. Neste ano, por exemplo, o encontro com as mulheres produtoras tratou da previdência. Além disso, segundo Lêla, também são desenvolvidas ações com capacitação em agroecologia, em especial com temas que envolvam o interesse da plantação orgânica, como cursos sobre compostagem e fertilizantes.

“Sabemos que os assentamentos são abandonados pelas políticas públicas, muitos acabam esquecidos de todos os serviços. O Incaper e por meio de alguns de seus servidores ainda fazem um trabalho de suporte e de conexão do poder público com os assentamentos, promovendo certa oportunidade de inclusão na sociedade e, ainda, de acesso aos serviços públicos”, reforça Lêla.

São, também, pelas atividades de agroecologia, que é possível divulgar a produção dessas famílias assentadas, apresentando o seu trabalho à população e ainda construindo uma relação deles com possíveis parceiros e consumidores. “Esse papel é fundamental, porque contribui diretamente para que a sociedade passe a reconhecer, de verdade, essas famílias assentadas e a entender o papel fundamental que elas têm para a agricultura em nosso Estado”, explica.

O agente de Extensão e Desenvolvimento Rural reforça, ainda, que há muitos avanços a serem feitos, politicamente e culturalmente, em relação à visão que a sociedade tem dessas famílias. “Precisamos enxergar que elas são muito mais que pessoas que lutam por terra. Elas não se resumem a conflitos, como a imprensa insiste tanto em apresentá-las. É importante fazer essa outra leitura, em especial para que mais pessoas compreendam a necessidade e urgência do Estatuto da Terra, o do quanto ele é fundamental no processo da reforma agrária e dos assentamentos”, frisa ele.

A Assin concorda com o pensamento de Lêla. Temos que valorizar o trabalho e recuperar a importâncias de se discutir sobre território e as questões que envolvem o debate. Precisamos enxergar os assentados como grandes produtores de alimentos saudáveis que são. Retirar essa imagem de conflitos e apresentá-los como pessoas que buscam por terra para terem a oportunidade de serem inseridos em nossa sociedade.

Vem dos assentamentos da reforma agrária boa parte dos alimentos que chegam à casa de todos! A reforma agrária é fundamental, não apenas às famílias assentadas, mas, também, para a agricultura como um todo.

 

Join the discussion 2 Comentários

  • Sônia Maria Gomes Almeida disse:

    Ótima matéria. Temos este sonho de sermos reconhecidos. Acredito que estamos perto de ser realizado.
    Obrigada, Lêla e à Assin .

  • Sônia Maria Gomes Almeida disse:

    Essa é nossa esperança… de um dia as pessoas valorizarem os alimentos saudáveis, tbm a nossa luta reconhecimento como agricultores assentados.

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