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O nosso futuro só depende do nosso protagonismo em querer fazer acontecer um novo futuro

Por 21 de novembro de 2019Coluna dos Associados

Adolfo Brás Sunderhus*

Estamos diante de um vento forte que destrói direitos sociais e trabalhistas com uma forte mudança estrutural e orgânica do Estado. Vivemos um momento desconhecido e fora do contexto de qualquer movimento histórico, pois é único.

Valores como a solidariedade, respeito as minorias e as crenças sociais, políticas e religiosas estão sendo constantemente ameaçadas pela sociedade que se alimenta de outra forte ventania: o ódio por todas as falas e por todos e todas que ousam pensar e agir de forma contraditória a pensamentos e ideias individualistas e excluidora.

No Estado, nós servidores públicos achávamos que esta ventania tinha passado. Saímos do domínio de um gestor público do poder executivo, cuja vaidade e soberba era infinitamente superior à sociedade e suas necessidades, e ousamos mudar para construirmos uma “casa grande” onde todos e todas pudessem ser acolhidos e não excluídos.

Vivemos hoje a certeza de que, mais uma vez caímos dentro de uma nova ventania, que mantém viva a velha política de não ouvir os seus servidores (as) e ir tirando de todos e todas o pouco que lhes resta. Parece-me como um espelho, da covardia política coordenada pelo governo federal.

E esta forma de governar chega ao ES. O governo Renato Casagrande não tem a vontade de sentar com seus servidores para conversar olho no olho, e aqueles que indicam para serem “seus interlocutores políticos” não tem esta capacidade e nem o devido conhecimento de como dialogar com as entidades representativas destes servidores (as).

Concluo que, aqui nestas terras do Espírito Santo, novamente teremos que empreender uma forte luta, soprar com força e com mais intensidade uma ventania para que possamos reinventar e sermos os reais construtores de um Estado que tenha respeito aos nossos direitos, compromisso com o dialogo permanente e com o exercício da cidadania e da democracia com igualdade e justiça.

Ouso afirmar que não temos um governo e sequer um gestor no poder executivo, com vontade e capacidade de participar desta construção e das mudanças necessárias. Mais uma vez estamos sozinhos para encontrarmos as respostas para solução de nossas necessidades. Estamos sozinhos para acharmos as respostas aos inúmeros problemas, conflitos e contradições que estão aí e para os que viram.

Os reais protagonistas do novo Estado são a sociedade organizada e nós, servidores (as) públicas. Novamente seremos, mais uma vez, alimentados pelas novas gerações, a promover micro revoluções necessárias expondo as contradições e as inverdades ditas pelo governante de plantão, instruindo, alimentando e fortalecendo o debate necessário, criando novas formas de luta a partir do espaço social e de trabalho dos servidores (as) públicos do Estado.

Podemos ser companheiros, camaradas ou simplesmente servidores (as) públicos. Como quiserem. Mas somente juntos, para o que der e vier, seremos vitoriosos. Precisamos estar social e politicamente alertas, organizados e presentes.

 

* Diretor da Associação de Servidores do Incaper (Assin) e servidor público aposentado do INCAPER

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