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Dia Nacional da Consciência Negra. Vamos falar de quilombo?

Por 20 de novembro de 2019Assuntos Gerais

Dentro dos serviços de assistência técnica e extensão rural, do Incaper, mais de 420 quilombolas foram assistidos pelo instituto, com um total de 1.157 atendimentos via Ater, no ano de 2018. Os dados foram extraídos do relatório de gestão do Incaper, publicado em julho de 2019, e apresentam uma parcela do público total, residentes em quilombos, que o Incaper pode assistir.

Para Domingos de Jesus, servidor do Incaper desde 2008, formado em técnico agropecuária, com tecnólogo em gestão do agronegócio e pós-graduação em gestão ambiental, o Incaper ainda pode contribuir muito com as famílias quilombolas, em especial na extensão.

Para o Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, entrevistamos o servidor Domingos para falar mais sobre quilombo, luta, resistência e desafios a serem superados pela população negra. Confira!

 

Assin – Qual a importância do movimento quilombola?

Domingos de Jesus – A importância do movimento quilombola está no resgate de um pouco da nossa história. E hoje, em especial a juventude, para entender o nosso presente é preciso conhecer o nosso passado. A escravidão foi abolida, mas ficaram os seus efeitos. E são esses efeitos que ainda atrapalham muito a vida dos negros, em especial dos quilombolas. Hoje, quem é a maioria na favela? Hoje, quem ocupa as funções menos valorizadas no mercado de trabalho? O negro ainda sofre as consequências da escravidão. É um problema sério. E a importância do movimento quilombola está na luta, na resistência, para que não esqueçamos o que aconteceu e possamos lutar por melhorias. Podemos dizer que houve melhorias? Sim. As cotas, por exemplo, já ajudaram muito. Mas ainda é preciso avançar em muito mais.

A – Qual é o envolvimento do Incaper e dos servidores com os quilombos e os quilombolas?

D. J. – Eu acho que envolvimento do Incaper com os quilombolas ainda é pouco. O Incaper se envolve, principalmente, por meio da extensão rural. E quando faz a extensão, de verdade, a contribuição é muito boa, principalmente quando se trabalha com a agroecologia, por exemplo. Para o quilombola, essa área é fundamental, e ajuda diretamente o movimento a crescer e se fortalecer. É característica do quilombola trabalhar diretamente com a produção de alimentos, por isso, quando o extensionista adota no trabalho atividades de agroecologia, ele contribui, diretamente, com o fortalecimento dos quilombos. O projeto “HorizontES em Extensão”, por exemplo, é um trabalho que promete contribuir muito.

A – Quais os desafios e as lutas atuais dos quilombolas?

D. J. – Os desafios são grandes e muitos. O negro precisa ter mais acesso às políticas públicas, em especial à educação. É importante ampliar esse recorte, mais ainda no ensino superior. Por isso que as cotas são fundamentais, para ajudar que o negro consiga avançar nos seus estudos e, aí sim, ter condições de poder estudar em cursos que, até então, apenas os brancos tinham acesso. Outro desafio é saber se organizar enquanto comunidades. Saber se unir e ter a capacidade de acreditar um no outro. É um grande desafio atuar em coletividade em nosso país, que valoriza muito o individual. Mas o negro precisa acreditar no negro, para com a união seguir avançando e superando o que vier.

 

 

Join the discussion 2 Comentários

  • Eduardo Ferreira Sales disse:

    Parabéns ASSIN pela iniciativa! Parabéns ao Domingos por apresentar estas questões tão importantes para todos nós. Importante também é dar visibilidade aos trabalhos desenvolvidos em Comunidades Quilombolas, especialmente em Montanha, realizado pelo colega Fábio na Fazenda Santa Luzia.

  • Adolfo Sunderhus disse:

    Parabéns aos colegas da Extensão Rural que tem em sua ação direta a aplicabilidade das políticas públicas de inclusão e justiça social e trabalhar as comunidades quilombolas de forma duradoura e sustentável se da pela extensão rural e pela assistência social duas responsabilidade do governo que tem ficado em segundo plano mas que acontecem com qualidade pela determinação e pela coragem e persistência dos e das profissionais destas áreas. SOMOS TODOS UM SO…UMA SÓ RAÇA UM SO POVO UM SER HIMANO EM SUA LIBERDADE!

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