A retomada da greve dos servidores do Incaper completou na última quinta-feira, 3, uma semana. Suspensa em 27 de junho, a decisão de retomar a greve é resultado da insatisfação com o cumprimento das pautas do servidores e a falta de compromisso e seriedade do governo do Estado e a diretoria do Incaper em atender às reivindicações.
Para o diretor administrativo da Associação dos Servidores do Incaper (Assin), Iran Caetano, a greve é uma resposta da categoria para a intransigência e irresponsabilidade do governo do Estado. “Nossa greve é decorrente desse desmonte que vem ocorrendo com o Instituto, o sucateamento do Incaper. Há um descaso para com os servidores. Em muitos locais faltam coisas básicas para a manutenção do trabalho”, conta.
Deflagrada no grande ato da categoria, que reuniu no dia 27 de outubro no Centro de Vitória, cerca de 1.200 pessoas, entre servidores, agricultores familiares e representantes de movimentos sociais ligados ao campo, a greve representa a luta e resistência dos trabalhadores e trabalhadoras em defesa do Incaper e pela valorização dos servidores. O ato foi um importante símbolo de resistência dos servidores que sofreram no dia algumas represálias.
Em carta divulgada, a diretoria da Assin destaca a bravura dos trabalhadores diante dos ataques vindos do governo nas figuras do presidente do Incaper, Marcelo Suzart, e do secretário de Estado da Agricultura, Octaciano Neto, que no dia do ato suspenderam as atividades do instituto sem aviso prévio, fechando os portões, e impedindo a entrada dos servidores, dentro de um órgão público.
“Numa demonstração do compromisso com a luta e de que ninguém está brincando, os agricultores e servidores abriram o portão e todos foram buscar os nossos materiais que estavam guardados na sede da Assin. Após esta atitude autoritária e irresponsável do presidente do Incaper e do secretário de Estado da Agricultura de fechar um órgão público, sem aviso prévio, e proibir a entrada dos servidores e da população em geral em seus ambientes de trabalho, não nos resta outra alternativa a não ser sustentar o ‘Fora Marcelo Suzart e Fora Otaciano Neto’”, destaca a carta.
Orientações: paralisação somente de 70% dos serviços
Com a paralisação, os servidores agora se articulam em atividades para fortaleceram o movimento. “Os servidores e associados da Assin têm se reunido regularmente. A adesão é bastante significativa. Estamos também acompanhando de perto as reuniões com a Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales). Na última plenária da Ales, ocorreu uma intervenção com um representante da associação, destacando nossos pontos de pauta”, relata o presidente da Assin, Edegar Formentini.
Seguindo orientações da Comissão de Negociação e Mobilização, os servidores do Incaper devem manter 30% dos serviços em funcionamento, da mesma forma que a primeira paralisação em junho. Além disso, a comissão orienta ainda que a categoria mantenha uma lista de presença diária, com concentração na frente do local de trabalho.
Faça o download da lista de presença aqui neste link.