Entre os dias 19 e 21 deste mês foi realizada a reunião da Federação Nacional dos Trabalhadores da Assistência Técnica e do Setor Agrícola do Brasil (Faser). Um dos pontos de pauta foi o processo de negociação junto ao governo do Estado no que se refere a questões salariais e outros benefícios. Na ocasião o presidente da Associação dos Servidores do Incaper (Assin), Adolfo Bras Sunderhus, relatou o descaso do Governo Renato Casagrande com o funcionalismo público estadual, inclusive servidores e servidoras do Incaper.
Diante do relato do presidente da Assin, a Faser escreveu um manifesto no qual se posiciona contrária à maneira como o governador tem tratado os servidores e servidoras do Incaper, deixando claro que, no Espírito Santo, falta um governante que seja capaz de promover valores de justiça social, econômica e de qualidade de vida àqueles que são responsáveis pela operacionalização das políticas públicas agrícolas e agrárias no Espírito Santo. Por meio do manifesto a Faser também exige que o Governo do Estado enxergue e valorize os servidores e servidoras do Incaper com políticas públicas e remuneração dignas. Além disso, reivindica mudanças sociais, produtivas, econômicas e ambientais para o meio rural.
O manifesto foi protocolado pelo presidente da Assin na Casa Civil do Governo do Estado, na Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) e na Assembleia Legislativa, mais precisamente nas comissões de agricultura, direitos humanos e justiça/cidadania. ”Entendo que este deve ser o posicionamento da associação em função da forma como estamos sendo tratados, que precisa ser evidenciada sobretudo ao legislativo capixaba, que tem por função, através destas comissões, instaurar as devidas providências para garantir os direitos constitucionais de todos os cidadão e da mesma forma dos servidores públicos do Estado”, afirma Adolfo.
O presidente da Assin destaca que servidores e servidoras devem permanecer firmes na luta. “Devemos nos manter cada vez mais unidos na certeza de que teremos uma forte luta pela frente. Não podemos nos enfraquecer, pois é justamente isso que o Governo do Estado quer. Ele aposta na nossa desorganização e em nosso enfraquecimento. Estamos muito acima deste e de outros governos, que passam, mas nós ficamos e devemos ser firmes na certeza de que podemos e vamos contribuir com um novo Espírito Santo verdadeiramente presente para todos e todas”, diz Adolfo.
Leia abaixo o manifesto:
MANIFESTO DA FASER AO GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
Diante da insensibilidade e da falta de dialogo do governador do Estado do Espírito Santo Sr. Renato Casagrande esta Federação dos Trabalhadores da Assistência Técnica e do Setor Público Agrícola do Brasil (FASER), em sua reunião colegiada nacional de 20 a 21 de março de 2014, resolve por meio desta manifestar-se de maneira contrária à forma de tratamento que o Governo do Estado do Espírito Santo, representado pelo senhor Renato Casagrande, tem dispensado aos servidores e servidoras públicas do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).
Diante da falta de dialogo e das constantes negativas, às justas reivindicações dos referidos servidores, fica claro que falta neste Estado um governante capaz de plantar e implantar valores de justiça social, econômica e de qualidade de vida aqueles que são os responsáveis diretos pela operacionalização das políticas públicas agrícolas e agrárias neste Estado. Sendo assim, a FASER exige veementemente deste governador que assuma esta responsabilidade, enxergando e valorizando os servidores e servidoras do Incaper, com políticas públicas de remuneração dignas e justas e em igualdade com a importância e a grandeza de seus serviços para sociedade, rural e urbana deste Estado.
É preciso que o governo do Estado do Espírito Santo assuma de fato que para promover a mudança social, produtiva, econômica e ambiental para o meio rural, a fórmula está nos serviços de Pesquisa Assistência Técnica e Extensão Rural publica, de qualidade e em quantidade. A FASER se atreve a fazer esta afirmação, pois existem estudos suficientes que apontam a extensão rural e a pesquisa participativa como a ferramenta vital e fundamental para construção das chamadas alternativas que possam promover a inclusão social das centenas de milhares de famílias do interior, garantindo a presença do Estado. Como se vê, a fórmula dessa intervenção não é tão complicada assim, basta ter vontade política.
Apesar do discurso político do governador do Estado se esforçar neste sentido, falta, no entanto, que a prática dessa fala se retrate em ações concretas, tendo como tese de que é preciso que o governo assuma de fato a política de valorização destes profissionais, que passe a enxergar os servidores e servidoras públicos do Incaper como protagonistas desta história e não, de novo, como “patinhos feios”, pois são esses servidores os responsáveis diretos pelos ganhos de produtividade, produção e melhoria da qualidade de vida no meio rural capixaba, e pelos alimentos sadios que chegam à mesa de cada cidadão e cidadã do Estado, seja da classe mais pobre ou da mais rica.
Desta forma, esta Federação encaminha este manifesto ao governador Renato Casagrande na certeza de que retomará a consciência pública pelo cumprimento de seu discurso e de seu programa de governo, quando se comprometeu a levar ao Espírito Santo uma “Visão de Futuro de um Estado Próspero, Sustentável e Seguro para todos”, tendo como eixos centrais: a Distribuição dos Frutos do Progresso, a Melhoria da Gestão Publica e a Valorização do Servidor Público.
O exercício desta pratica certamente não passa pelo viés e pela fala de que o servidor deve “ter fé”, mas pela competência pública de um governo, e de um governador, verdadeiramente comprometido com a valorização destes servidores e servidoras e com a entrega de um serviço público de qualidade e eficiente, como o praticado pelos servidores e servidoras do Incaper, aos agricultores e agricultoras familiares e camponesas do Estado do Espírito Santo.
Brasília, 21 de março de 2014.
