Mais de 200 servidores do Incaper participaram da Assembleia Geral Unificada e do bloco “Aperta que ele solta”, realizados na manhã da quarta-feira, 26. A assembleia, que reuniu servidores de todos os órgãos do funcionalismo público estadual e entidades parceiras, ocorreu no pátio do Teatro Carmélia, na Ilha do Príncipe. Na ocasião foi deliberada a realização de uma nova manifestação, a ser realizada antes da lei eleitoral entrar em vigor. Posteriormente, milhares de pessoas saíram pelas ruas do Centro de Vitória no bloco protesto, passando pelo Palácio Anchieta e finalizando a atividade no Palácio da Fonte Grande.
O bloco contou com cinco alas. Cada uma representava uma reivindicação da pauta unificada do Sindipúblicos: regulamentação do auxílio-creche, fixação da data base, reajuste salarial com reposição do índice da inflação, alinhamento de carreiras, pagamento de insalubridade, além de reajuste do auxílio-alimentação com base no Índice Geral de Preços de Mercado (IGPM) e extensão do benefício para todos servidores estaduais.
“A manifestação deixou clara a mobilização dos servidores públicos e a determinação de manter a união nessa luta pelos direitos, que são negados pelo governo Renato Casagrande. O governo tem adotado um caminho contrário àquele que propôs para a consolidação de um Estado próspero, seguro e com oportunidade para todos”, afirma o presidente da Associação dos Servidores do Incaper (Assin), Adolfo Brás Sunderhus. Para Adolfo, o governo Casagrande é marcado pela falta de democracia. “Fizemos a manifestação porque o governador não abre diálogo com os servidores, e se ele não muda sua postura por meio do convencimento, terá que mudar através do constrangimento”, diz o presidente da Assin.
Além da Assin, outras entidades que representam o funcionalismo público estadual participaram do bloco, como a Associação dos Servidores do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Assiema) e Associação dos Funcionários do Instituto de Defesa Agropecuária e Ambiental (Afidaf). “Os servidores estão de parabéns pela luta. Nós, do Iema, gostaríamos de ressaltar que, além da pauta unificada, estamos aqui para defender também questões como licenciamento ambiental de qualidade, um plano de cargos e salários que atenda aos anseios de todos funcionários públicos e a preservação do meio ambiente”, diz o coordenador geral da Assiema, Fábio Camilo dos Santos.
Entidades representativas de outras categorias também participaram do bloco, como o Sindicato dos Bancários/ES, Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente (Sindaema), Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa e Tribunal de Contas do Espírito Santo (Sindilegis) e Sindsaudeprev. “O centro desse protesto é discutir políticas públicas de qualidade nesse governo, e isso começa com a valorização do servidor público. Essa luta é justa, necessária e interessa a todos nós como trabalhadores. Além disso, protestamos contra a sonegação fiscal criminosa, que já soma mais de 20 bilhões de reais sonegados e beneficia empresas que financiam as campanhas eleitorais de candidatos a governador e deputados estadual e federal. Começou na era Paulo Hartung e continua com o governo Casagrande”, afirma o coordenador do Sindicato dos Bancários, Carlos Pereira de Araújo, o Carlão.
Durante a manifestação foi distribuído um manifesto pela valorização do serviço público:
MANIFESTO PELA VALORIZAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO
As entidades signatárias estão mais uma vez nas ruas para alertar a população capixaba sobre o caos nos serviços públicos que vem se agravando há anos, fruto do descaso dos governantes e da corrupção capitaneada pelo crime organizado entranhado nas esferas de poder. A política de sucateamento e desmoralização dos Serviços Públicos adotada no Espírito Santo e no Brasil tem por objetivo de transferir bilhões de recursos para os empresários que financiam as campanhas eleitorais, através de terceirizações, parcerias público-privadas e isenções fiscais.
A Saúde Pública pede socorro! É revoltante para qualquer contribuinte ver pessoas, dentre elas, crianças e idosos, morrendo em corredores de hospitais por falta de atendimento, de remédios, de leitos e, principalmente, por falta de valorização de seus profissionais, comprometendo um serviço essencial à vida.
Na educação, a realidade não é diferente. Constatam-se escolas em condições precárias desde as instalações físicas até a qualidade do ensino que não visa à formação para a vida, mas sim mão de obra barata para os patrões. Profissionais são contratados por Designação Temporária, burlando a lei do concurso público. É lamentável famílias dependerem de sorteios para que suas crianças tenham acesso à creche e à Educação Infantil. A consequência deste modelo educacional é o aumento da violência e da criminalidade.
Sobre a mobilidade nas cidades o transporte coletivo é caro, de baixa qualidade e limitado apenas aos ônibus. São negadas à população, opções como ciclovias ou mesmo o transporte aquaviário. O Planejamento Urbano está a serviço da especulação imobiliária e não para a qualidade de vida do cidadão.
Além disso, os trabalhadores e as trabalhadoras do serviço público têm enfrentado péssimas condições de trabalho, baixos salários e perdas salariais que tem se acumulado ao longo dos anos, o que tem reduzido significativamente o seu poder de compra, piorando suas condições de vida e trabalho.
Neste momento, os Servidores Públicos Estaduais reafirmam sua pauta de reivindicação unificada, encaminhada ao Governo do Estado há vários anos, mas que tem sido ignorada reiteradamente: 1 – Data-base unificada para o funcionalismo público com reposição anual da inflação; 2 – Atualização do valor do auxílio-alimentação e concessão a todos os servidores públicos; 3 – Regulamentação e concessão do auxílio-creche; 4 – Revisão dos Planos de Carreiras; 5 – Adicional de Insalubridade para todos os servidores.
Um serviço publico de boa qualidade necessita de investimento em infraestrutura, de condições de trabalho e de um bom atendimento à população, o que só é possível, com profissionais motivados, bem remunerados e com formação permanente.
CHEGA DE NEGOCIATAS! SERVIÇOS PÚBLICOS NÃO SÃO MERCADORIAS!