Neste mês em homenagem a mulher, a associada, Vanessa Alves Justino Borges, do departamento de Planejamento e Captação de Recursos , indica o documentário “What happened, Miss Simone?”. Saiba mais:
O documentário “What happened, Miss Simone?” passa pela história da artista e ativista pelos direitos civis que ficou conhecida como Nina Simone. Seu estilo musical vai do jazz a música clássica, blues, gospel e folk. Nina sonhava em ser a primeira mulher negra a se tornar pianista clássica nos Estados Unidos. No entanto, o destino a levou por outros caminhos e a partir de meados da década de 50 começa a se tornar popular como cantora e compositora, despontando como uma das mais brilhantes e únicas artistas que o mundo já viu.
O documentário é permeado por trechos de entrevistas da própria Nina, do marido Andrew e de sua filha Lisa. Explora pouco sua produção musical (uma pena!) abordando mais os conflitos de Nina com o marido, da pressão que enfrentava enquanto artista e o seu ativismo político. Aliás, a intensificação de seu engajamento político, fruto dos movimentos pelos direitos civis nos anos 60 e da relação com líderes negros históricos como Martin Luther King, Malcolm X, Stokely Carmichael e outros, acaba levando a um boicote sistemático ao seu trabalho por parte da indústria cultural estadunidense.
Além da oportunidade de vê-la em algumas entrevistas e conhecer um pouco mais de sua história, o documentário vale como reflexão: é perturbadora a relação submissa que se estabeleceu entre Nina e o marido. Ele a controlava e explorava. No entanto, essa relação em muitos momentos é retratada como sendo apenas “difícil” e não como a relação abusiva e violenta. Isso é sintomático de nossa sociedade: a culpabilização do vítima. Sua personalidade forte e combativa e um diagnóstico tardio de um transtorno de humor se transformaram quase em justificativa para a violência sofrida e apagam um pouco a força de seus posicionamentos.
