Servidores do Incaper são destaque com mais de 40 projetos aprovados pela Fapes

O ano de 2016 foi marcado por muitas dificuldades para os Servidores do Incaper, que vêm sofrendo com o sucateamento da autarquia e o descaso do governo do Estado. Entretanto, os pesquisadores e extensionistas seguem resistentes e a prova disso são os excelentes resultados no Edital de Pesquisa Agropecuária da FAPES/SEAG (nº 06/2015). Mesmo disputando com instituições como Ifes e Ufes, 47 servidores do Incaper foram aprovados e continuam entregando para a sociedade descobertas e inovações na área rural.

É o caso do associado Renan Batista Queiroz, pesquisador no CRDR Centro Norte, na área de Entomologia. O seu projeto “Identificação e manejo de insetos vetores do vírus da meleira do mamoeiro” obteve a maior nota e tem como objetivo traçar um plano para reduzir as perdas causadas por essa doença. Um estudo de extrema importância que será realizado no município de Linhares, o maior exportador de papaya do Brasil.

Apesar da aprovação e de realizar um trabalho gratificante, Renan passa por uma situação muito comum no Incaper. Ele está há quase 3 anos no instituto e ainda não teve o reconhecimento de seu título de Doutor e isso quase o impediu de submeter o projeto ao concurso. “O Estado não reconhece meu título e eu ainda vou usá-lo para buscar recurso para Incaper!?”. Mas ao mesmo tempo não posso deixar de fazer o que sempre fiz e com muita dedicação, que é trabalhar com pesquisa. Apenas quero reconhecimento”, diz.

Renan explica que essa falta de valorização já fez com que vários colegas que poderiam contribuir com a agricultura capixaba deixar o Incaper. Além disso, a autarquia sofre com redução drástica de custeio; sem equipamentos de trabalho, como computadores, impressoras, GPS e gasolina; sem internet de qualidade; com unidades em péssimo estado de conservação; e com salário defasado.

Outro associado que também teve projeto aprovado foi Felipe Neves. Com o tema “Efeitos da adubação nitrogenada sobre a qualidade de Opuntia ficus e Nopalea cochellinifera em diferentes regimes hídricos na região norte do Espírito Santo”, o extensionista encontrou uma alternativa de alimentação para os rebanhos no período de seca, o que irá evitar a morte desses animais e futuros prejuízos para os produtores rurais.

“Nossa região é carente de pesquisas aplicadas as dificuldades da realidade local e essa aprovação significa uma oportunidade muito importante para o desenvolvimento rural do Espírito Santo. Para o instituto esse trabalho reforça ainda mais o empenho de seus servidores em realizar o seu trabalho com seriedade, compromisso e dedicação cumprindo a missão que nos foi dada”, explica Felipe.

Sobre as dificuldades, Felipe ressalta que elas são apenas operacionais o que impede que trabalhos essenciais como os aprovados no Edital atinjam um número maior de produtores e que seja de uma maior excelência.

São associados como Renan, Felipe e tantos outros que fazem com que o Incaper continue resistindo, criando e compartilhando saberes com a sociedade.