A Associação dos Servidores do Incaper (Assin) tem uma histórico de luta em busca de melhores condições de trabalho para os servidores desde a sua fundação, há 30 anos. E temos buscado dialogar com o governo do Estado, por meio da direção do Incaper e da Secretaria de Estado da Agricultura, com o objetivo de sensibilizar quanto à realidade atual dos servidores do Incaper, que se encontram em uma situação de descaso.
Durante todo o mês de março, a Diretoria Executiva da Assin promoveu reuniões em cada um dos núcleos. Foram ouvidos aproximadamente 300 associados em nove reuniões em todo o Espírito Santo. A radiografia do Incaper, traçada por estes servidores, não é das melhores, em função do descaso com que o governo do Estado está tratando este serviço de tamanha importância para a agricultura familiar capixaba e para a produção de alimentos consumidos pela população urbana do Espírito Santo.
Em primeiro lugar, através de uma economia equivocada, o governo inviabiliza 50% das ações do Incaper obtendo 0,5% em economia dos gastos com o instituto. Existem escritórios locais que, já no dia 10 de cada mês, não têm mais combustível para atender o agricultor em sua propriedade. Fazer assistência técnica sem ir até o local é a mesma coisa que um médico fazer as prescrições por meio de conversa com um parente do paciente.
Falta de impressora/tinta, computador, GPS são problemas cada vez mais presentes em nossos escritórios locais. Também nos encontramos em uma situação em que o quadro de funcionários tem se reduzido a cada ano: cerca de 60 servidores deixaram o Incaper nos últimos dois anos, entre aposentados e profissionais que foram em busca de outras oportunidades.
No início de 2016, foram chamados nove servidores que passaram no último concurso público, após uma ação conjunta da Assin e de entidades parceiras para sensibilizar o governo do Estado, mas ainda não é o suficiente para atender toda a demanda do Espírito Santo, já que as mais de 110 mil famílias que vivem na zona rural do Espírito Santo continuam com o risco de terem com o atendimento comprometido.
Por outro lado, a Secretaria de Estado da Agricultura tem lançado programas estaduais sem a presença do Incaper. Isto demonstra a incompetência a insensibilidade e a falta de ética que caracterizam o atual secretário.
Muitos companheiros nos têm advertido que esta não é uma economia “equivocada” que o governo do Estado está promovendo no Incaper, mas sim uma ação deliberada do Estado para ir aos poucos minando a nossa credibilidade e, posteriormente, acabar com o serviço.
Querem fazer uma agricultura sem gente!
Vários setores da agricultura familiar capixaba já perceberam a intenção desastrada do governo do Estado, e a prova disso é a moção de repúdio aprovada na Conferência Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), que reuniu entidades do setor, organizações sociais e servidores do Incaper, nos dias 11 e 12 de abril, na Ufes, para falar sobre a agricultura familiar capixaba.
A Assin está atenta a esta situação e tem feito articulação junto às organizações dos agricultores familiares para garantir força suficiente para enfrentar esta situação. Não podemos permitir que a agricultura familiar capixaba seja deixada em última escala.
Diretoria Executiva da Associação dos Servidores do Incaper (Assin)