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“Espero inspirar outras pessoas, principalmente novas gerações de mulheres para pesquisa científica”

Por 8 de julho de 2022Assuntos Gerais

Hoje, dia 08 de julho, é celebrado o Dia Nacional da Ciência e do/da Pesquisador/a. Para celebrar a data e contribuir ao reconhecimento da importância desses/as profissionais, a ASSIN convidou a zootecnista Mércia Regina Pereira de Figueiredo, pesquisadora na área de Zootecnia, com doutorado em Nutrição Animal, para uma conversa sobre a ciência, a pesquisa e suas motivações profissionais.

Figueiredo trabalha como agente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação no CPDI Norte, em Linhares/ES. Há praticamente dez anos no Incaper – ela entrou em 2012 para o Instituto – a pesquisadora já realizou e participou de diversos projetos, envolvendo nutrição, conservação de alimentos e produção animal.

Atualmente ela é responsável pelo Laboratório de Bromatologia do Incaper e também participa do projeto que está elaborando o Plano Estadual de Mudanças Climáticas do Espírito Santo.

Sua relação com a pesquisa começou na universidade, com maior envolvimento a partir do mestrado. Diante de tantas responsabilidades e fazendo parte de tantas frentes de trabalho, Figueiredo espera “inspirar outras pessoas, principalmente novas gerações de mulheres para pesquisa científica”, como ela mesma pontua.

Confira a entrevista completa logo abaixo. Boa leitura!

Como surgiu seu interesse pela pesquisa?

Quando fiz o concurso para o Incaper eu estava iniciando o meu doutorado, então tinha vontade de trabalhar com pesquisa e ensino. Já tinha experiência em sala de aula e no desenvolvimento de projetos de pesquisa que conquistei no mestrado. Eu me via como futura cientista, com o sonho de contribuir com o avançar da ciência e também em ser útil a outras pessoas.

Trabalhar com pesquisa foi uma grande oportunidade que tive com a entrada no Incaper. Aqui cresci muito como pessoa e profissional, pois aprendi que o caminho da pesquisa é árduo diante de tantos obstáculos que enfrentamos desde a elaboração da proposta até a divulgação dos resultados de um trabalho. Mas é gratificante quando finalizamos um projeto e publicamos o que encontramos em anos de avaliações. E também vejo o potencial de continuidade do trabalho em busca de respostas para outros questionamentos que vão surgindo ao longo do processo.

Hoje, quais áreas são abrangidas pelo seu trabalho de pesquisadora?

Trabalho com pesquisa na área de nutrição, conservação de alimentos e produção animal. Desenvolvo projetos avaliando o desempenho de novilhas em pastagem, silagem de capim com alimentos regionais (casca de café, maracujá, cacau) e produção de aves caipiras em sistema agroecológico.

Ainda coordeno bolsistas de nível fundamental, técnico e superior, então trabalho também com desenvolvimento de pessoas. E sou responsável pelo Laboratório de Bromatologia do Incaper, onde realizamos análises químico-nutricionais de alimentos utilizados nos sistemas de produção animal.

Também faço parte da equipe de outros projetos ligados à bovinocultura no Incaper e sou membro de um projeto que está elaborando o Plano Estadual de Mudanças Climáticas, do Estado do Espírito Santo, no setor Agropecuária e Florestas. E sou revisora ad hoc de projetos e trabalhos técnico-científicos no Incaper e em outros órgãos.

O trabalho da pesquisa é abrangente e é preciso estar atento às inovações do campo. Por isso participo de eventos técnico-científicos divulgando nossos resultados e trocando experiências com outros profissionais.

O que mais te motiva a seguir trabalhando com Ciência e Pesquisa?

O que me motiva é saber que, embora eu tenha muitos desafios, aqui no meu trabalho tenho alguns colegas que caminham comigo e isso é muito importante. Consigo conciliar o ensino com a pesquisa e tem sido uma experiência boa.

Gosto de contar uma estória que vivi há uns anos atrás: um dia alguém acreditou em mim, me convidou para participar de um projeto em minha cidade natal, Cordisburgo (MG). Fazia parte de um grupo de jovens sem muita perspectiva de crescimento profissional, e nos foi dada a oportunidade de estudar, trabalhar em equipe e realizar sonhos. Por isso hoje tento ajudar os alunos que trabalham comigo na pesquisa. Isso me motiva também!

Temos feito um ótimo trabalho com poucos recursos e equipe.  E temos desafios também: conciliar a vida de mãe, dona de casa e esposa, desigualdades na área de trabalho… Então, agradeço a Deus pela força e determinação! Valorizo o que faço, tenho orgulho e espero, com meu trabalho, inspirar outras pessoas, principalmente novas gerações de mulheres para pesquisa científica.

Das pesquisas que já desenvolveu com o Incaper, qual lhe chama mais atenção ou que você teve mais gosto de poder realizar?

Os dois projetos que conduzi que envolveram alunos do ensino fundamental e médio foram os que eu gostei muito de desenvolver. Porque achei bacana a proposta do edital de dar oportunidade para esses alunos ingressarem no ambiente da pesquisa e conhecerem o trabalho que realizamos. Além de também motivá-los a continuarem seus estudos e serem futuros pesquisadores, professores, profissionais das mais variadas áreas.

E que mensagem gostaria de deixar para quem ainda não enxerga a Ciência e a Pesquisa como áreas de extrema importância para nossa sociedade?

Para aqueles que ainda não consideram a ciência e a pesquisa necessárias e importantes para o desenvolvimento da humanidade, sugiro que procurem conhecer melhor o nosso trabalho nas mais variadas áreas do conhecimento. Tem o trabalho da pesquisa em coisas simples do nosso cotidiano, mas até chegar ali vários estudos foram conduzidos, testes realizados, hipóteses aceitas ou não. O incentivo ao nosso trabalho virá com o reconhecimento da sociedade pelo que fazemos. E isso nós temos conquistado dia após dia.

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