As abelhas são preciosas para o Espírito Santo, essa é a mensagem do associado Alex Fabian Rabelo Teixeira. Ele trabalha com meliponicultores, ou seja, criadores de abelha sem ferrão, e conta que esses insetos são os verdadeiros nativos ou indígenas do Brasil. “Elas compartilham uma história evolutiva comum com a formação vegetal da Mata Atlântica, Florestas Amazônica, Cerrado e Caatinga, visitando diversas espécies de plantas silvestres desses biomas, contribuindo para sua manutenção e a regeneração de áreas desmatadas”.
A maioria dos meliponicultores está em comunidades tradicionais como indígenas, quilombolas. “Muito dos conhecimentos que eles têm faz parte apenas da recordação dos mais velhos ou se perdeu na tradição oral. Não sendo raro ouvir a expressão: ‘Humm! Mel de uruçu lembra minha infância! ’”, conta Fabian.
Para resgatar esse conhecimento e atualizar as práticas de manejo, o Incaper realiza visitas técnicas, palestras, minicursos, oficinas e mutirões que ensinam novos métodos para divisão de colônias, para resgate de enxames, coleta de mel, confecção de atrativos e iscas para captura de enxames.
A atividade é uma excelente alternativa de diversificação agrícola e representa uma significativa fonte de renda para os agricultores familiares, porque não exige muito tempo e nem grandes áreas de terra disponíveis. Além disso, é uma atividade de baixo impacto ambiental, que contribui bastante para preservação do ecossistema.
Esses insetos são pequenos no tamanho, mas de uma importância gigante para toda a vida na Terra. Sem as abelhas, não perderíamos só o mel e os produtos agrícolas. A maioria das frutas e vegetais não existiram ou seriam muito diferentes sem a polinização feita por esses insetos.
Há em torno de 1.200 produtores envolvidos na criação de abelhas, que recebem assistência técnica do Incaper. A produção anual de mel do Estado é de, em média, 1.000 toneladas por ano. A produção média de uma colmeia é de 25kg a 30kg. Entre os principais municípios produtores, estão: Domingos Martins, Fundão, Aracruz, Viana, Colatina e Santa Maria de Jetibá (Região Central); Pancas, Alto Rio Novo, São Gabriel da Palha, Águia Branca, Conceição da Barra, São Domingos do Norte, Ecoporanga, Jaguaré e São Mateus (Região Norte); e Dores do Rio Preto e Guaçuí (Região Sul).
“O trabalho com abelhas desperta para a percepção do meio ambiente, sua agrobiodiversidade e resgate de conhecimentos”, diz Fabian. Ele conta a história da estudante Amanda Campos Bayer, da Escola Família de Bananal, filha de agricultores familiares do município de Sooretama, que realizou estagio de apenas três dias na Estação das Abelhas e ficou encantada com as abelhas sem ferrão.
“Ela aprendeu a fazer iscas para atrair enxames, confeccionadas de garrafas pet, fez uma isca e colocou na propriedade rural dos seus pais. Em um mês capturou naturalmente um enxame na isca pet. Isso despertou nos pais e nos parentes que recordam, que em um passado não tão distante essas abelhas e seus méis saborosos eram abundantes e apreciados nessa região. Hoje a família iniciou a criação dessas abelhas na sua propriedade rural”, conta o associado.
Diante da importância ecológica e econômica da Abelha, fica claro que temos que conservar esse inseto. Para isso, você pode cultivar plantas com flores em vasos ou canteiros. Evite também usar defensivos agrícolas em seu jardim, pois a maioria dos produtos não são seletivos e podem matar insetos ou outros bichos benéficos para o jardim. Caso seja necessário, priorize sprays a base de água, verificando a toxicidade para abelhas, além de seguir corretamente as instruções de uso. Assim estamos juntos na proteção da abelha e o seu papel essencial na biodiversidade.