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Carrinho

Desrespeito com o meio ambiente e a população

Por Adolfo Brás Sunderhus, engenheiro agrônomo e presidente da Associação dos Servidores do Incaper (Assin).

 

O uso cada vez mais indiscriminado dos transgênicos é uma forte agressão à nossa biodiversidade.

A agricultura tem sofrido, ao longo da história, uma expansão predadora e garimpeira do agronegócio e do latifúndio e deixa um forte legado de destruição ambiental: solo e água, exploração do ser humano pela falta de respeito à condição dos trabalhadores da roça, concentração de renda e desigualdade social produtiva e econômica.

Se por um lado temos uma sociedade que luta e quer um projeto de produção de alimentos sem uso de agressivos químicos – venenos, adubos solúveis e sem transgênicos –, por outro, essa luta é sufocada pelo interesse industrial e financeiro, mantendo a hegemonia destruidora do agronegócio exportador sobre a agricultura familiar que alimenta a sociedade.

O uso cada vez mais indiscriminado dos transgênicos é uma forte agressão ao meio ambiente, à agricultura familiar e ao consumidor. São “produtos” de cruzamentos que jamais aconteceriam na natureza. E isso se insere na vida pública quando vemos o Congresso Nacional aprovar medidas para garantir a manutenção dessa aberração à mesa dos consumidores brasileiros.

Os transgênicos expõem nossa biodiversidade a sérios riscos, como perda e alteração do patrimônio genético de nossas plantas e sementes, somados com a volta dos princípios da “revolução verde” – aumento do uso de agrotóxicos –, colocando novamente o veneno sobre nossas mesas. E isso torna os agricultores reféns das poucas empresas que detêm essa tecnologia, colocando em risco a saúde dos trabalhadores rurais e dos consumidores urbanos.

Essa “nova agricultura” é a trilha de um caminho insustentável. O aumento no uso de agroquímicos decorrentes do plantio de transgênicos é exemplo de prática que coloca em xeque o futuro dos nossos solos, água e biodiversidade agrícola.

Em tempo de grave crise climática, como estamos vivenciando em várias regiões do país, o crescimento indiscriminado do uso dos transgênicos abre mão da proteção e da preservação de nossa biodiversidade e da única garantia da produção de alimentos mais saudáveis e de uma agricultura mais comprometida com a vida.

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  • Adolfo Brás Sunderhus disse:

    As sementes transgênicas representam a quebra do equilíbrio ambiental e social para agricultura familiar e camponesa e põe em risco as políticas públicas de inclusão social, produtiva, econômica e ambiental para este segmento social e produtivo. Matam a biodiversidade natural, não é uma prática que tem como pauta a discussão com as famílias dos agricultores e camponeses portanto, estão longe de serem democráticas, provocam contaminações nas lavouras vizinhas, contaminam as águas e geram graves consequências para a saúde humana e para saúde pública.

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