A Assin declara seu apoio aos cafeicultores capixabas e de Minas Gerais, Rondônia e Bahia que estão mobilizados contra a importação do café conilon verde do Vietnã para o Brasil. Somos totalmente contra a importação do café e, mesmo após a suspensão temporária da medida pelo Presidente Michel Temer, acredita que a luta deve continuar para a suspensão definitiva da portaria assinada pelo ministro da Agricultura Blairo Maggi.
A medida seria uma forma de baixar o preço do produto interno e quem mais sofreria seriam os pequenos produtores, que já vem de uma fase difícil devido às secas que oneraram muito o custo da produção. O Ministério da Agricultura ao permitir a abertura do mercado se mostrou insensível com a categoria dos agricultores, que nesse momento deveria estar sendo valorizada e não se sentindo ameaçada.
A produção do café é uma das atividades mais importantes para a economia capixaba. Poucos sabem, mas o Espírito Santo é o maior produtor de conilon do país. O café está presente em cerca de 80% do nosso território e corresponde a 35% do PIB agrícola do Estado. O café é responsável por gerar renda e empregos e a importação do Vietnã quebraria aos poucos toda essa cadeia, gerando uma competição desleal de preço.
Os produtores rurais brasileiros seguem uma rigorosa legislação trabalhista e ambiental, que acaba onerando o valor do café. Enquanto a produção que viria do Vietnã não tem a mesma rigorosidade e, por isso, é mais barata. A abertura do mercado para o produto externo poderia causar prejuízos na ordem de R$ 1,5 bilhão aos cafeicultores capixabas.
Outra questão muito preocupante sobre essa abertura e a baixa fiscalização do café vietnamita é que os grãos verdes de outros países trariam riscos de infestação por pragas que não existem no Brasil. Os riscos genéticos e fitossanitários podem afetar outras culturas como a do cacau e a do mamão e aumentar ainda mais o êxodo rural.
A liberação das importações surgiu após uma forte seca afetar a safra do Espírito Santo. Setores da Indústria disseram que estavam tendo dificuldades em adquirir o café no Brasil. O Ministério da Agricultura acatou a esses argumentos e recomendou à Camex (Câmara do Comércio Exterior) a abertura das importações.
Entretanto, a medida gerou a indignação dos produtores que alegam que o mercado brasileiro possui oferta suficiente para atender às necessidades da indústria. Toda a classe trabalhadora ligada ao café se mobilizou e pressionou o governo mostrando coragem na defesa da nossa economia e do sustento de milhares de famílias. Agora, precisamos nos manter unidos, pois a luta deve continuar até a importação do café ser cancelada definitivamente.