O Espírito Santo, juntamente com Santa Catarina, são os dois Estados da federação onde a agricultura familiar/camponesa são mais fortes. Isto se deve basicamente pela forma de colonização feita através de imigrantes europeus no final do século XIX. O Norte do Estado foi colonizado na primeira metade do século XX e traz certa concentração das terras em mãos de fazendeiros.
Os agricultores familiares e trabalhadores rurais do Espírito Santo sempre foram bastante aguerridos desde os movimentos pela conquista da terra até aqueles pela luta por políticas públicas que atendam a agricultura familiar, passando pela luta sindical junto aos assalariados do campo.
A organização dos agricultores se iniciou pelos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, Federacão dos Trabalhadores na Agricultura (Fetaes), Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Cooperativas da Agricultura Familiar (CAFs) e a União das Cooperativas da Agricultura Familiar (Unicafes). A partir das lutas destes movimentos a agricultura capixaba avançou muito nas duas últimas décadas.
Alguns fatores contribuíram com este avanço: a estabilidade no preço do café, a estruturação dos serviços de Ater e Pesquisa Agrícola, o fortalecimento das organizações dos agricultores; os programas do governo federal (Pronaf, PNAE, PAA) e o apoio do governo estadual na construção de Estradas, no apoio à estruturação de Cooperativas e Associações.
Este ambiente positivo propiciou a estruturação das propriedades e geração de uma renda razoável aos agricultores familiares.
Hoje temos ainda alguns pontos positivos, como a estabilidade dos preços dos produtos agrícolas e as propriedades relativamente bem estruturadas. Por outro lado, temos alguns pontos negativos, pelos quais a agricultura familiar está passando. A seca prolongada sem dúvida é o maior deles, mas a desestruturação dos serviços de Ater e pesquisa agrícola, a diminuição do crédito do Pronaf e a redução drástica do apoio do governo estadual também têm contribuído para esse triste quadro.
A Assin sempre se posicionou pelo trabalho de Ater exclusivo ao agricultor familiar, sempre incentivou seus associados a prestarem um serviço de qualidade e esteve junto às suas organizações em vários momentos para lutar por políticas públicas voltadas aos agricultores familiares.
Hoje, dia Internacional de Luta dos Trabalhadores do Campo, é uma data para se refletir, mas também para comemorar todas conquistas realizadas com a luta diária desses homens e mulheres.