O dia 12 de março é celebrado, em nosso país, como Dia do/a Bibliotecário/a. E para comemorar essa data convidamos a servidora do Incaper, Merielem Frasson para nos contar sobre a história da Biblioteca Rui Tendinha, que fica na sede do Incaper, e também falar sobre o trabalho dela junto ao Instituto.
Para Merielem, o trabalho do/a bibliotecário/a contribui diretamente na democratização da informação. Ela defende que “democratizar as informações é contribuir para diminuir as desigualdades no seu acesso”. O que reforça a importância da Biblioteca Rui Tendinha na divulgação de todo o conhecimento produzido pelos servidores e disponibilizado para a sociedade.
E no caso do Incaper ainda há um ponto a mais de reflexão: “observar como as informações produzidas podem contribuir na qualidade de vida no campo e transformar a realidade”. Como uma ponte, o/a bibliotecário/a trabalha para facilitar que a informação chegue a quem precisa. “É um agente desse processo”, reforça Merielem.
Confira nossa entrevista!
Podem contar um pouco da história da Biblioteca Rui Tendinha?
A Biblioteca Rui Tendinha começou a se formar na Acares. Havia um setor (Divisão de Informação) responsável por produzir e imprimir informações para o campo. Essas informações eram distribuídas às unidades descentralizadas da Acares. Isso originou acervos nas unidades locais e na sede do Instituto. Em 1972, a palavra biblioteca surge dos documentos institucionais com a função de organizar a produção documental.
Na década de 70 foi criado o Sistema Público de Agricultura, a Acares mudou de nome passando a se chamar Emater-ES. Em 1999, houve a fusão entre Emater-ES e Emcapa, dando origem à Empresa Capixaba de Pesquisa e Assistência Técnica e Extensão Rural (Emcaper). A Emcaper foi transformada em autarquia em 2001. Esse período foi de insegurança para a biblioteca, mas servidores, como Rui Tendinha, não permitiram que a biblioteca fosse fechada.
Esse momento da história desarticulou o sistema de bibliotecas da instituição e ela passou a fazer parte do Departamento de Comunicação e Marketing (DCM), como a Área de Documentação e Informação (ADI). Em 2013, através de uma parceria entre a Embrapa e o Incaper, foi adotado o sistema de gerenciamento de documentos da Embrapa (Ainfo). O Incaper, assim, passou a ter uma biblioteca digital e um repositório institucional. Nesse mesmo período, o Incaper também elaborou o planejamento estratégico, culminando na aprovação de um novo organograma em 2018, e assim a Biblioteca Rui Tendinha passou a integrar a Gerência de Transferência de Tecnologia e Conhecimento (GTTC).
E qual a importância da Biblioteca Rui Tendinha para o Incaper?
Além de organizar a informação e a produção editorial e técnico-científica do órgão, ela dissemina as informações, para que cheguem até o público assistido. A biblioteca também tem caráter histórico, por armazenar a memória da agricultura do estado, desde 1956, congregando informações relativas às políticas públicas desenvolvidas para a agropecuária estadual.
De que forma vocês contribuem diretamente para que o conhecimento produzido pelos/as servidores/as do Incaper seja divulgado à sociedade?
A biblioteca possui canais de comunicação, como site e rede social (Instagram), além do Informativo BRT, que é enviado para bibliotecas do estado e do Brasil. Nas unidades locais também existem pequenos acervos atendendo à comunidade, que procura por novas tecnologias e práticas desenvolvidas pelo Instituto ou que não tenha acesso à informação pela internet.
E como esse trabalho de vocês ainda atende às Leis de Acesso à Informação e da Transparência?
A Lei de Acesso à informação prevê a disponibilização de informações de interesse público, de forma gratuita. As bibliotecas especializadas estaduais cumprem esse papel, organizando e disponibilizando informações e dados produzidos pelas instituições, atendendo a qualquer público.
As bibliotecas também contribuem com a transparência e o controle social por disponibilizar informações orgânicas, que comprovam o retorno para a sociedade quanto ao investimento na instituição para desenvolver políticas públicas.
O acesso a informação de qualidade ajuda a reduzir ruídos e a combater a desinformação.
Qual a importância de se desenvolver essas atividades, divulgando as informações do Incaper à sociedade?
A informação se tornou fator de produção e de estratificação social.Democratizar as informações é contribuir para diminuir as desigualdades no seu acesso.
O que vocês aprenderam com esses trabalhos e de que forma eles contribuem para o fortalecimento e o reconhecimento da importância do/da bibliotecário/a?
O maior aprendizado é perceber a diferença entre o acesso à informação puro e simples e o acesso à informação com a apropriação; e observar os diferentes usos que se faz da informação. No caso do Incaper é observar como as informações produzidas podem contribuir na qualidade de vida no campo e transformar a realidade. O bibliotecário é um agente desse processo.
Parabéns ao Incaper por compreender a importância técnica, científica, cultural e social desse espaço tão importante de informação, que é a biblioteca. E de ter em seu quadro de servidores, por meio de concurso público, uma profissional tão competente e tão consciente de seu papel social, e que trabalha tão bem a informação dentro e fora do Incaper, que é a Merielem Frasson! Um orgulho para a nossa categoria!