Enfim, pode ter demorado, mas a face autoritária e antidemocrática do governador Renato Casagrande mais uma vez se faz presente junto aos/às servidores/as públicos. Desta vez, SERVIDORES/AS do INCAPER.
Adotando uma atitude que beira a covardia, com a falta de diálogo com o Sindipúblicos e com a ASSIN, este “senhor”, num processo calado e orquestrado aos seus interesses, e não da sociedade, encaminhou à Assembleia Legislativa do Espírito Santo um projeto de lei que irá excluir 253 cargos públicos, autorizando o processo famigerado que se alia ao desmonte do serviço público, com a terceirização da mão de obra.
Este violento ato, que não condiz com a natureza pública que este “senhor” sempre busca apresentar: a do diálogo, prevê a extinção do cargo de Auxiliar em Desenvolvimento Rural do quadro de servidores do INCAPER. Diante de sua incapacidade política de buscar alternativas mais humanas e da grandeza que deveria ter um gestor público estadual, preferiu não pensar e agiu pelo lado mais fácil: “o uso da força da caneta do gestor público”. Preferiu, mais uma vez, mostrar toda sua arrogância e falta de diálogo, aproximando-se das teses do governo Bolsonaro pela extinção do serviço público.
No momento atual de forte desemprego à porta de todas as famílias, ele extingue a possibilidade de homens e mulheres se inserirem nesta importante função pública para o desenvolvimento da Pesquisa e ATER no Estado.
O projeto, além de não ter sido discutido com a Associação de Servidores do INCAPER, não retrata a verdade e busca ofuscar a falta histórica de compromisso do governo do Estado (que desde 2003 teve apenas dois gestores do executivo se “revezando” no governo do Estado). Além disso, a justificativa desse governo para esse PL não leva em consideração os prejuízos que poderá ocasionar ao desenvolvimento rural do Estado, em especial aos/às agricultores/as familiares e camponeses/as.
Na qualidade de servidor aposentado do INCAPER e associado da ASSIN não poderia deixar de denunciar e de me manifestar, como cidadão, contra este ato que julgo ser um forte golpe aos/às servidores/as do INCAPER; e que se alia aos interesses do governo federal de destruir o serviço público.
Essa atitude expressa toda covardia e demonstra que falta, no poder executivo do ES, um gestor público na qualidade de governador do Estado, que seja comprometido e que tenha capacidade administrativa e gerencial de saber conviver com as divergências; que saiba, sobretudo, sentar e ouvir as posições contraditórias dos/as servidores/as do Estado, que são os/as responsáveis pela construção, aplicação e sustentabilidade das políticas públicas oferecidas a toda sociedade.
Renato Casagrande, com essa atitude, reafirma para toda sociedade seu desprezo e descaso para com a carreira do serviço público, mantém sua tradição de gestor sem intenção de ouvir o servidor público e a sociedade para construir políticas estruturantes e sustentáveis para todos e todas.
Resta-nos, enquanto servidores/as públicos do Estado, seguirmos firmes junto a nossas organizações de representação, principalmente em respeito à ASSIN pela sua rica história de defesa e luta dos direitos dos/as servidores/as do INCAPER.
Não seremos vencidos/as por quem não tem história!
Texto escrito por Adolfo Brás Sunderhus, servidor público aposentado do INCAPER. Operário da terra.