
Texto escrito por Taiza Bruna Assunção Medeiros, secretária de Políticas Sociais e Jovens da FETAES.
No dia 24 de abril é comemorado o Dia Internacional do Jovem Trabalhador, em todo o mundo. A data foi instituída por iniciativa da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Para a Federação dos/as Trabalhadores/as Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Espírito Santo (FETAES), o objetivo da data é dar visibilidade aos/às adolescentes e jovens trabalhadores e trabalhadoras no mundo todo, em especial de reconhecer a fase da vida em que eles/as mais necessitam de oportunidades na busca de conhecimento para se inserir no mundo do trabalho. A data faz com que a sociedade possa refletir a importância dos/as adolescentes e jovens trabalhadores e trabalhadoras de seu país, rompendo preconceitos sobre a falta de experiências, ainda não adquiridas por eles/as, mas repleta de esperança num futuro promissor.
A FETAES tem na sua estrutura a Secretaria de Jovens Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, representada atualmente pela jovem Taiza Bruna Assunção Medeiros, agricultora familiar do município de Alto Rio Novo-ES. Desde 2001, a juventude do Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Espírito Santo (MSTTR-ES) vem debatendo e apontando estratégias e oportunizando o protagonismo da juventude rural, no qual entendemos e ressaltamos a importância de sua qualificação profissional no mercado de trabalho, mas de forma especial, na continuidade da sucessão rural.
A juventude do movimento sindical realiza formações com o Programa Jovem Saber, tem realizado festivais municipais, estadual e regionais, e participa ativamente do Festival Nacional da juventude Rural, em Brasília, organizado pela Secretaria Nacional da Juventude da CONTAG.
A Lei n° 10.097, de 19 de dezembro de 2000, que dispõe dos dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, no que tange a idade mínima para aprendizagem/trabalho, e a Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, que dispõe sobre o estágio de estudantes, ainda são distantes da realidade do campo. Vale ressaltar que esses mecanismos não atendem verdadeiramente toda a demanda urbana, deixando de oportunizar para muitos/as jovens das periferias. É importante registrar, também, que a juventude rural se encontra numa situação ainda pior, visto que as leis não contemplam e não incentivam a realidade dos/as jovens trabalhadores e trabalhadoras no e do campo, ficando de fora da política de aprendizagem e estágio da sua realidade rurícola.
Para mudar essa realidade, a juventude rural do movimento sindical rural tem atuado com voz forte nos diversos espaços existentes na sociedade. Em especial nos conselhos de juventude, nas atividades de protagonismo da juventude, a exemplo de reuniões, plenárias e conferências, pautando políticas públicas para o campo, para que o cenário de oportunidades para os/as jovens trabalhadores e trabalhadoras rurais possa chegar por meio de políticas públicas.
Pautamos educação no e do campo, assistência técnica, acesso à terra, crédito diferenciado, saúde humanizada, habitação rural, estradas de acesso digno, espaços e formas de comercialização direta com consumidores/as, inovação tecnológica, sinal de celular, acesso a internet, e etc. Demandas que atendam a realidade dos e das jovens do campo.
Fotos: Arquivo FEATES