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Trabalhadores e trabalhadoras debatem o futuro do Incaper em seminário

Na terça-feira, 23, teve início o seminário “O Incaper que queremos – com os servidores (as) e com a agricultura”. O seminário, que está acontecendo no Centro de Treinamento Dom João Batista, na Praia do Canto, em Vitória, é uma iniciativa da Assin. A associação procurou a atual diretoria do Incaper para estimular gestores, servidores, servidoras, associados, associadas a buscar um entendimento sobre a importância dos trabalhadores, organizados em suas instituições de classe, com destaque à Associação, poderem, através de espaços como o seminário, construir propostas e ter o aceite por parte do estado das decisões tomadas.

A programação começou com a mesa facilitadora “Contextualização histórica do Incaper enquanto política pública na perspectiva da visão e da evolução geracional dos servidores”. Participaram da mesa a servidora aposentada Maria Isabel Frade e o servidor Túlio Borges. Maria Isabel defendeu que o trabalho dos servidores e servidoras do Incaper deve ser de promoção humana. “Estou na terra, trabalho na terra, produzo alimento. Temos que exercer essa atividade buscando, de forma humana, o desenvolvimento agrícola e agrário do Espírito Santo, objetivando o desenvolvimento integral do ser”, diz.

Túlio Borges falou da necessidade de refletir sobre quais interesses e demandas devem orientar o papel e a ação do extensionista em contextos locais. Segundo o servidor, o Programa Nacional e Ater prevê que é preciso auxiliar no desenvolvimento da agricultura familiar. Porém, apesar de ser um avanço, muitas formulações do Pnater não foram colocadas em prática.

Debate sobre pesquisa e comunicação

A programação da tarde começou com a mesa facilitadora “Contextualização da Ater e da pesquisa no Incaper enquanto política pública na perspectiva de sua evolução: onde estamos e para onde vamos”, com o professor do Departamento de Filosofia da Ufes, Maurício Abdalla; e o jornalista e geógrafo Ronald Mansur.

A fala de Maurício Abdalla foi sobre a questão da pesquisa. Ele salientou que a ciência não é uma prática neutra. Segundo o professor, o pesquisador é corresponsável pelas consequências sociais da maneira como conduz suas pesquisas. O educador popular destacou que, muitas vezes, as pesquisas estão pautadas em interesses privados, sendo financiadas, por exemplo, por grandes empresas. Diante disso, Maurício Abdalla defende que o pesquisador deve se pautar na luta por justiça.

Ronald Mansur, que foi editor do Jornal do Campo, da TV Gazeta, enfatizou a necessidade de registrar a memória da agricultura e da Ater no Espírito Santo, pois de acordo com o jornalista, o estado obteve muitas conquistas nessa área, mas pouca gente sabe. “A revolução do café arábica no Brasil começou no Caparaó, mas poucos tem conhecimento disso. Temos coisas fabulosas, como o destaque no avanço da produção do café conillon”, diz.

Ele enfatizou, também, a importância da comunicação no que diz respeito a troca de saberes sobre o que está acontecendo nos diversos municípios capixabas, o que está se fazendo em cada um, o que está sendo produzido. “É preciso registrar a história da Ater”, pontua.

Trabalhos de grupo

Na parte da tarde os servidores e servidoras participaram de grupos de trabalho cujas reflexões serão apresentadas na quarta-feira, 24, durante o seminário. Para o presidente da Assin, Samir Seródio, a participação dos servidores e servidoras no primeiro dia do seminário foi bem expressiva.

“Tivemos boa participação dos trabalhadores e trabalhadoras, com considerações importantes tanto no primeiro momento, que foi de palestra de servidores e servidoras, quanto no segundo, que foi com Maurício Abdalla e Ronald Mansur. Foram importantes momentos de reflexão e nos grupos eles problematizaram a realidade do Incaper”, afirma.

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