A Agricultura Familiar é a principal fonte de alimento que chega às mesas dos capixabas e compõe a maioria das propriedades rurais do estado e do Brasil. O agricultor Kemisson Geraldo Scalzer faz parte de um desses núcleos de Agricultura Familiar. Ele tem uma propriedade de 2,8 hectares em Boa Vista, Cariacica, onde ele e sua família plantam e colhem para a própria alimentação e geração de renda.
Ele conta que ao todo são 9 trabalhadores, seus pais, ele e sua esposa, sua irmã e o cunhado e os seus filhos. “É muito emocionante trabalhar junto com a família, são 3 gerações aprendendo e ensinando umas com as outras. Eu acordo cedo e trabalho o dia inteiro, mas estou perto dos meus pais e dos meus filhos e isso é felicidade”, conta Kemisson.
O agricultor também conta que conta que quando jovem houve uma pressão para sair do campo e ir morar na cidade, mas ele resistiu para fazer a propriedade família prosperar. “Eu quis ficar porque hoje sinto que o produtor rural é mais valorizado e todos saem ganhando, porque os clientes querem produtos de qualidade sem agrotóxicos e nós queremos continuar trabalhando com o que gostamos”.
Porém, sem o auxílio e o trabalho de formação do Incaper, isso não seria possível. A principal frente do Instituto é levar conhecimento técnico para os núcleos de Agricultura Familiar. No Espírito Santo, conforme o Censo Agropecuário de 2006, 79,9% dos estabelecimentos rurais são de agricultores familiares. Em termos de produção, 54% da produção de café capixaba vem da agricultura familiar, bem como 51% da produção de mandioca, 77% da produção de feijão e 71,8% da produção de milho.
O Técnico em Desenvolvimento Rural em Afonso Cláudio, Anderson Geraldo de Mauro, é um dos trabalhadores do Incaper que acompanha essa realidade de perto. Ele trabalha em parceria com os agricultores sempre atendendo suas necessidades e propondo novas formas de cultivo com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dessas famílias. Além da pecuária e do café, culturas mais tradicionais, Anderson conta que recentemente começou a introduzir algumas frutas como uva e maracujá para diversificar a produção.
“Nós também trabalhamos para divulgar as novidades criadas aqui pelos próprios agricultores, que estão sempre experimentando novas técnicas para aumentar a produção e também serem mais sustentáveis. Cuidar da Agricultura Familiar é a nossa prioridade, porque sem ela o Incaper não existiria”, explica Anderson.
Segundo o técnico, a manutenção e o investimento na agricultura familiar são fundamentais para a cidade. “A vida na Grande Vitória só vai melhor quando os governantes tiverem outro olhar para a Agricultura Familiar. Além da gerar renda e alimentos, é preciso pensar no lado social. É importante investir para que o povo queira ficar no interior e se sintam valorizados para continuar o trabalho de gerações”, finaliza Anderson.