Nessa terça-feira (25), a Assin debateu com os servidores do Incaper diversos aspectos sobre a Reforma da Previdência. A mesa redonda contou com a participação de Mônica Perin, Advogada e assessora jurídica da Assin, e Gerson Maia de Carvalho, Representante dos Trabalhadores e Trabalhadoras no Conselho Nacional da Previdência Social.
Gerson Maia deu início a palestra falando sobre a propaganda enganosa do governo que quer retirar direitos dos trabalhadores, que foram conquistados com muita luta há décadas. “O objetivo dessa reforma é privatizar a previdência. O jovem trabalhador vê como única alternativa pagar uma previdência privada para se aposentar com dignidade. Não podemos deixar isso acontecer, precisamos aproveitar esse momento de fragilidade do governo e a nossa luta começa no dia 28 de abril”, disse.
Gerson explicou diversos pontos importantes do novo texto da Reforma da Previdência, como a igualdade entre o trabalhador privado e público, a regra de transição, o tempo de contribuição e o valor de contribuição. Outra questão que ele comentou foi sobre a aposentadoria dos políticos, que só vai passar a valer para aqueles que se elegerem em 2018, todos os outros vão se aposentar pela regra antiga. “Para nós, a regra já começa a valer assim que for aprovada, mas para políticos será diferente, um vereador eleito este ano já tem seus benefícios e mordomias garantidos”.
A advogada Mônica Perin também cobrou indignação dos trabalhadores frente a essa Reforma absurda. “A reforma quer igualar o trabalhador rural com o urbano. E os servidores do Incaper que trabalham lado a lado com os agricultores sabem o quanto isso é injusto, pois desconsidera todo o trabalho pesado e a longevidade desse produtor”, diz. Ela também ressalta que a Reforma foi baseada em dados de países europeus que não coincidem em nada com a realidade, ou realidades, do Brasil, um país enorme e cheio de singularidades.
“A Reforma quer criar um país de miseráveis, pois com as novas regras, muitos vão aposentar recebendo apenas 60% de um salário mínimo. Não podemos retroceder 100 anos de conquista e aceitar isso facilmente”, diz Mônica. Apenas com 34 anos de contribuição, pode-se receber 85% das médias dos salários já recebido e só depois de 49 anos, o valor integral. Sendo que a longevidade de um trabalhador urbano brasileiro é de 76 anos. Dessa forma, menos de 79% das pessoas que se aposentaram em 2015 conseguiriam se aposentar depois da Reforma.
Mônica também alerta que com grande parte da população recebendo menos, a desigualdade social vai aumentar e com ela os índices de violência. “A Reforma nesses termos coloca toda a dívida na conta do trabalhador e mais uma vez protege as grandes empresas”, completa Gerson.
A Greve Geral do dia 28 de Abril não é uma questão partidária, é uma questão de todos nós. Não é só contra a Reforma, mas é a favor de todos os trabalhadores, sejam urbanos, rurais, privados ou públicos. Por isso, a Assin convoca todos os trabalhadores e trabalhadoras para estarem nas ruas lutando por seus direitos. Os servidores públicos estaduais realizarão uma Assembleia Geral Unificada e um ato público no próximo dia 28 de abril, às 9 horas, em frente à Secretaria da Fazenda (Sefaz) próximo à praça do pedágio, de onde irão caminhar a partir das 13h em direção à Findes para realização de um ato unificado com demais trabalhadores.
Aqueles que quiserem mais detalhes, podem assistir a palestra na íntegra neste link: https://goo.gl/fG78HY
E Saiba mais sobre a Reforma da Previdência aqui: Seminário PEC 287 04 05 2017