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“O nosso café tem história”

Por 13 de abril de 2017Assuntos Gerais

De manhã bem cedo ou à tarde, o cafezinho é sempre bem-vindo nos lares brasileiros. O café é uma das bebidas mais antigas da humanidade e os capixabas tem um carinho muito especial por ele. O Espírito Santo é o maior produtor de Conilon do país, sendo a atividade cafeeira responsável por 35% do PIB agrícola do Estado com a geração de 400 mil empregos diretos e indiretos. Hoje (14), comemora-se o dia Mundial do Café e temos muitos motivos para comemorar, mas também para lutar para que o café capixaba continue sendo valorizado.

O Incaper, junto ao cuidado e dedicação do produtor rural, desenvolveu conhecimento e tecnologias que ajudaram a cafeicultura do Espírito Santo a se tornar referência em qualidade no Brasil. “Somos o único estado que possui, de forma expressiva, os dois tipos de café, o Conilon e o Arábica. A nossa produção está em todos os municípios e é quase toda feita por base familiar e pequenos produtores, são mais de 131 mil famílias envolvidas com o cultivo do café”, afirma Romário Gava Ferrão, pesquisador do Incaper e Coordenador do Café no Espírito Santo.

O associado também conta que o Espírito Santo já foi responsável por produzir mais de 25% de toda a produção brasileira de café. “Acredito que o diferencial capixaba é que o nosso café tem história, tem tradição, são mais de 150 anos no estado e durante todo esse tempo tivemos uma evolução muito grande”, explica.

E o papel do Incaper nessa história foi fundamental. O Instituto possui um programa contínuo e dinâmico de pesquisa específico para as peculiaridades do Espírito Santo com parcerias públicas e privadas em nível local e nacional, o que facilita que a transferência de conhecimento chegue a todos os lugares do estado. E essas tecnologias não melhoram só a qualidade do café, mas também trazem mudanças reais e positivas para as famílias que dependem desse cultivo.

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Plantação de Café em Vila Valério

Edion Maiquel Dubberstein é Técnico de Desenvolvimento Rural do Incaper e trabalha em Vila Valério, município que fica na Região Norte do Espírito Santo e que, junto com o município de Jaguaré, disputa o posto de maior produtor de Café Conilon do Estado. “A cafeicultura é a base da agricultura e como a cidade é pequena até a zona urbana e o comércio dependem do café. É o café que move a cidade”, explica Edion.

Ele conta que o Incaper desenvolveu um trabalho de base que foi muito importante para o crescimento da cafeicultura no município. O Instituto esteve sempre ao lado do produtor, desde a garantia de crédito até em projetos de plantio, irrigação e formação como a promoção de palestras, assistência técnica e difundindo novas tecnologias.

Entretanto, nos últimos 2 anos, os agricultores do café têm sofrido com as secas e foi preciso se adaptar a essa situação climática desfavorável. O suporte do Incaper no planejamento nesses momentos de crise foi essencial para que o agricultor conhecesse melhor a sua propriedade e, dessa forma, evitasse desperdícios.

“A falta de chuva tem afetado todo o Norte do estado e o sistema de irrigação precisou ser repensado para reverter a situação. Algumas alternativas encontradas foram a irrigação por microaspersão e gotejamento. O produtor está se sensibilizado e se conscientizado que precisa armazenar água, por isso novas barragens têm sido feitas e as antigas estão sendo melhoradas”, conta Edion.

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Todos contra a Importação do Café

Por causa da queda da produção durante as secas, o Ministério da Agricultura tentou passar uma proposta que autorizaria a importação do Café do Vietnã. A medida seria uma forma de baixar o preço do produto interno e quem mais sofreria seriam os pequenos produtores. A tentativa do Ministério da Agricultura de abrir o mercado se mostrou insensível com a categoria dos agricultores, que deveriam estar sendo valorizados e não se sentindo ameaçados.

Para barrar a medida, cafeicultores capixabas e de Minas Gerais, Rondônia e Bahia se mobilizaram e realizaram diversos protestos contra a importação do café e conseguiram pressionar o Presidente Michel Temer a recuar. Após as manifestações, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) visitou diversas cidades e contou os estoques de café e concluiu que há quantidade suficiente para atender as demandas internas e externas.

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Protesto contra a Importação do Café em Pedro Canário

“A nossa mobilização provou para o governo e para a sociedade que temos café. O Incaper e a Assin abraçaram essa causa para defender o nosso produto, que tem a melhor qualidade e vamos continuar produzindo com a mesma excelência”, conta Edion.

Até o momento, a proposta de importação do café está vetada. A Comissão da Agricultura da Câmara Federal aprovou o Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 586/2017, do deputado Evair de Melo (PV/ES), que susta a Instrução Normativa n.º 7, com os requisitos fitossanitários para a importação de grãos de café Conilon produzidos no Vietnã.

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