Por Merielem Frasson
Com o advento do computador e o surgimento da Internet na década de 1990, no mundo houve um “boom informacional”, ampliando o espaço de comunicação e expressão com a proliferação de redes sociais, blogs e periódicos online. Diante dessa nova era, a informação passou a ter papel fundamental nas instituições, dando agilidade na obtenção de respostas para tomada de decisões.
No instituto, a informação é algo intrínseco. Como dizem os colegas que já se aposentaram “desde o tempo da antiga ACARES”. A ACARES, que foi fundada em 1956, utilizava diversas metodologias e conceitos da Sociologia, Comunicação Social, Psicologia e até Antropologia para atingir seu público em um Estado que precisava ser desbravado. De forma estratégica, conseguiu trabalhar com a informação nas comunidades rurícolas, implantando uma nova mentalidade, difundindo práticas para a produção na agricultura, auxiliando o homem do campo e o desenvolvimento econômico do Estado do Espírito Santo.
Ainda hoje, a estrutura do Incaper, é toda baseada na informação. Sem ela, não seria possível encurtar distâncias entre os colegas que estão nos 78 municípios do Estado, muito menos atingir o público alvo e cumprir sua missão junto ao agricultor.
Embora a ACARES não tenha vivido a era digital e tenha utilizado ferramentas rudimentares para se comunicar, a informação parece ter fluído de forma mais eficiente no referido período. Hoje, na sociedade da informação, as discussões, dúvidas e rupturas vividas pelo instituto parecem não chegar no colega ao lado, muito menos na nossa sociedade como um todo.
Estamos vivendo a dromocracia, onde o tempo é medido pela velocidade em que os fatos acontecem, associado a um quadro político de crise, controverso, impulsionado pela mídia, definido recentemente por um periódico estrangeiro, como plutocrata. A sensação é de que somos expectadores e que junto com o instituto vamos sucumbir por esse turbilhão de informações e fatos, que constroem e destroem reputações de forma rápida, sem se ter tempo hábil para debater, formar opinião e mudar a realidade, em função de sua volátil obsolescência.
Dentro desse cenário de pressa e bombardeio informacional, como uma instituição importante como o Incaper irá sobreviver? A resposta pode estar em um provérbio português “quem tem a informação, tem o poder”. A internet e o mundo virtual nos deram de presente diversos ambientes cooperativos e de debates, além de ampla liberdade de expressão.
É preciso romper barreiras e ocupar esses espaços, escrever sobre os novos rumos da agricultura no Estado, debater sobre o futuro da pesquisa e da extensão rural no Brasil, no Espírito Santo, no mundo. Enfim, existe uma infinidade de temas e formas de trabalhar a informação a favor do agricultor e do instituto, que podem e devem ser usados como ferramenta estratégica.
Inovação, pesquisa, boas práticas são muito importantes para a agricultura, mas também é importante saber como a sociedade nos vê, nos posicionar em nosso meio, saber para onde estamos indo e qual o caminho que queremos trilhar. Quem sabe, desta forma seja possível resgatar a essência da ACARES, deixar a posição de expectador e passar a ser agente de mudança, criando uma nova mentalidade no Estado e no instituto, quanto ao papel histórico e importante do Incaper na agricultura do Espírito Santo.
Fontes:
http://imperativo-dromocratico.blogspot.com.br/2012/04/zygmunt-bauman-fronteiras-do-pensamento.html