Um produto transgênico é resultado de modificações genéticas que fazem com que o alimento seja mais resistente ao ataque de bactérias e fungos. Leia-se: contém agrotóxicos. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a liberação do cultivo e consumo dos alimentos transgênicos alavancou o Brasil para uma posição negativa: é o país líder do ranking de consumo de agrotóxicos desde o ano de 2008. Para se ter uma ideia da situação, o mercado mundial de agrotóxicos cresceu 93%, enquanto o nosso cresceu nada mais, nada menos que 190%.
Como se não bastasse, o deputado da bancada ruralista, Luis Carlos Heinze (PP-RS), é o criador do projeto de lei que dispensa a obrigatoriedade do símbolo indicador dos produtos transgênicos – o triângulo amarelo com a letra T – das embalagens de alimentos. Com 320 votos a favor e 135 contra, o projeto foi aprovado na Câmara, em abril.
O jornalista da CBN, André Trigueiro, se posicionou contra esse projeto. Segundo ele, sua opinião “não é ser contra os transgênicos, mas ser a favor da informação”, pois esse projeto tira do consumidor o direito de saber o que está ou não consumindo e se faz bem ou mal para a saúde.
Eis o problema: em plena época de democracia e leis para acesso da informação, ainda há gente que quer tirar, à qualquer custo, o direito do povo de saber com o que está lidando. Parece surpreendente, mas não é: Se tratando de um deputado que fez um discurso intolerante, classificando LGBT’s, índios e quilombolas como “tudo o que não prestam”, isso é totalmente “compreensível”. Atitude simplesmente autoritária, preconceituosa e que nos mostra algo muito triste: falta muito para curarmos a cicatriz deixada pela ditadura, que se moldou com gente de menor caráter em comparação a Heinze, eleito pela ONG inglesa “Survival” o Racista do Ano.